Reflexões sobre ser índio ou indígena como elementos do movimento de resistência
Resumo
Este trabalho problematiza o uso dos termos “Índio” e “Indígena” e se propõe a enfatizar alguns aspectos da resistência indígena como produtora do cotidiano e mantenedora da ancestralidade indígena. Em relação à problematização dos termos, importa indicar que não temos a intenção de cristalizar ou ditar uma regra sobre o que vem a ser uma pessoa indígena num contexto tão diverso como o brasileiro, mas lançar algumas questões para reflexão e abertura de outros debates. Para isso, registramos que nossas reflexões emergiram devido à encruzilhada das realidades vividas pelas(os) estudantes indígenas do Grupo PET Conexões de Saberes: Comunidades Indígenas, da Universidade Federal do Acre. Dessa forma, o que se apresenta, ao longo do presente texto, é resultado de um exercício completamente experimental e, por isso, caracteriza-se como uma fala e uma escrita situadas em um lugar e um tempo específicos. Uma fala e uma escrita sobre o que é ser indígena a partir da experiência de estar nos mundos (ou no mundo) atravessada pelas histórias, culturas e linguagens, entre outras tantas coisas que não são, de forma alguma, fixas. Ao contrário, tudo está em movimento e tudo é datado. Por isso, não se trata de uma fala ou de um texto de impacto, mas do resultado de um processo de autorreconhecimento, que implica a ressignificação de um pertencimento étnico, primeiro de forma individual e, depois, coletiva.
Texto completo:
PDFReferências
ALMEIDA, M. Os índios na história do Brasil. Rio de Janeiro: FGV editora, 2010.
BANIWA, G. O índio brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no
Brasil de hoje. Brasília: SECAD/MEC, 2006.
BANIWA, G. A conquista da cidadania indígena e o fantasma da tutela no Brasil
contemporâneo. In: RAMOS, Alcida Rita (Org.). Constituições nacionais e povos
indígenas. Belo Horizonte: UFMG, 2012.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF:
Presidência da República, 1988.
CHAUÍ, M. Brasil: mito fundador e a sociedade autoritária. São Paulo: Editora
Fundação Perseu Abramo, 2007.
BRASIL. Fundação Nacional dos Povos Indígenas. Brasil registra 274 línguas
indígenas diferentes faladas por 305 etnias. Brasília, DF, 27 out. 2022. Disponível
em:https://www.gov.br/funai/pt-br/assuntos/noticias/2022-02/brasil-registra-274-lin
guas-indigenas-diferentes-faladas-por-305-etnias. Acesso em: 23 ago. 2024.
MURA, M. Tecendo memórias do povo mura e outros parentes. São Paulo:
Pachamama, 2002.
DOI: http://dx.doi.org/10.18542/rcs.v8i1.19181
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Direitos autorais 2025 Revista PET Interdisciplinar e Programa Conexões de Saberes On-Line