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Maternar: instinto materno? Não, trabalho feminino

Alice do Socorro Louzada Moraes

Resumo

A pesquisa tratou sobre o maternar como trabalho. Partindo deste pensamento, levantamos duas hipó- teses para pensar esta reflexão, a saber: a) o maternar por ser atividade biológica exclusiva feminina é considerado instinto, e não, trabalho e, portanto, torna-se “natural” a iniquidade de gênero perpetuada historicamente na sociedade; b) a não legitimação do maternar como atividade laboral na divisão sexual do trabalho dificulta o acesso e permanência de mulheres nas diferentes esferas sociais. A partir destas duas hipóteses formulamos o objetivo deste artigo que consiste em analisar o maternar sob a perspectiva das regras patriarcais indo contra a lógica do instinto. Sob a ótica da metodologia feminista, trata-se de uma pesquisa qualitativa, partindo de um estudo de caso que analisou o modelo tradicional que mulheres têm do sentido de maternar. Para o levantamento de dados, entrevistamos dez mulheres, sendo cinco mães e cinco não mães, todas pertencentes à classe trabalhadora. Teoricamente, para levantar o debate de gênero utilizo a crítica feminista, por meio de autoras como Badinter (1985), Bruschini (2006), Pisciteli (2001), Davis (2016), Biroli (2016, 2018), Graf (2012) entre outras pesquisadoras feministas que se relacionam com a temática deste estudo. Concluiu-se que o maternar enquanto trabalho não é reconhecido pelas regras patriarcais, mas enraizado como instinto natural, visto que são as mães quem parem os bebês, isentando socialmente os pais da função do cuidado no maternar.

 

Palavras Chave: Maternar. Instinto. Trabalho


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Referências


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/rcga.v2i24.15624

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