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A Justiça é uma Mulher Negra?: uma reflexão sobre os marcadores sociais da diferença de raça e gênero na composição do Sistema de Justiça paraense

Sandra Suely Moreira Martins Lurine Guimarães, Livia Oliveira Rickmann

Resumo

Resumo: O presente artigo buscou refletir sobre a atual composição de gênero e raça do Sistema de Justiça brasileiro, especialmente no contexto paraense. A pesquisa combinou revisão teórica, análise documental e entrevistas com mulheres negras que atuam na seara jurídica, para responder ao seguinte questionamento: Como as relações de gênero, raça e classe influenciam e são influenciadas pelo universo jurídico? Além da exposição teórica acerca de conceitos como “racismo” e “patriarcado" e a relação destes com a estruturação do Sistema de Justiça, analisou-se as particularidades enfrentadas pelas mulheres negras que ingressam em carreiras jurídicas no judiciário paraense. Conclui-se que, mesmo diante de evidentes avanços na luta por representatividade, o Sistema de Justiça e o Ensino Jurídico permanecem majoritariamente branco, masculino e elitista.

Palavras Chave: Mulheres negras. Sistema de Justiça. Pará. Gênero e raça.


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/rcga.v0i27.19343

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