Moara – Revista Eletrônica do Programa de Pós-Graduação em Letras – Universidade Federal do Pará

Chamadas de trabalho: Edição 69 - 2025-1

Dossiê: Benedicto Monteiro: escritor da resistência na Amazônia

Os trabalhos podem ser redigidos em português, inglês, francês ou espanhol, bem como devem ter entre 10 e 25 páginas (incluindo referências e anexos). Outras normas para submissão podem ser consultadas no site da revista:

https://periodicos.ufpa.br/index.php/moara

O número 69 da Revista Moara, na área de Estudos Literários, está com chamada aberta, dedicada à obra de Benedicto Monteiro, escritor brasileiro nascido em Alenquer-PA, Brasil, com o Dossiê intitulado: “Benedicto Monteiro: escritor da resistência na Amazônia”, a ser publicado no primeiro semestre de 2025.

O Dossiê é parte das homenagens celebradas em 2024 em função do centenário de nascimento desse grande escritor paraense, que nasceu em 1º de março de 2024 e faleceu em 15 de junho de 2008. Além de escritor Benedicto Monteiro foi também jornalista, advogado e político. Na condição de deputado brasileiro eleito por duas legislaturas, no estado do Pará, sofreu perseguição política e cassação de mandato por parte do regime militar instaurado no Brasil, entre as décadas de 60 e 80 do Século XX. Foi preso, em razão da militância política contra o regime militar, em 16 de abril de 1964, depois de passar vários dias escondido na floresta amazônica, nas imediações do Quilombo de Pacoval, próximo à cidade de Alenquer. Após ser apanhado Monteiro foi transferido para Belém do Pará, onde ficou por mais de sete meses trancafiado em uma cela de dois metros quadrados e dormindo no chão frio, onde também foi torturado.

Benedicto Monteiro iniciou sua carreira nas letras com a publicação do livro de poesia intitulado Bandeira Branca, em 1945, no Rio de Janeiro. Escreveu, também, dois poemas com os seguintes títulos: “Canção pré-nupcial” (11/04/1948) e “Poema” (05/09/1948), no “Suplemento Literário” do jornal Folha do Norte. Todavia, foi a partir de sua prisão perpetrada pelo regime militar que decidiu escrever romances. Como romancista, entre as duas últimas décadas de atuação do regime militar, produziu os seguintes livros: Verde Vagomundo (1972), O Minossauro (1975), A Terceira Margem (1983) e Aquele Um (1985), conjunto que ele denominou Tetralogia Amazônica. Publicou ainda o livro de contos Carro dos milagres, em 1975. A partir da década de 1990 publicou Transtempo, em 1993, livro considerado autobiográfico, de forte caráter testemunhal, que conta sua história de vida anterior a 1964, bem como as experiências sofridas na prisão e fora dela; publicou também Maria de Todos os Rios (1995). Nos anos seguintes publicou os romances A terceira dimensão da Mulher (2002) e O Homem Rio - A Saga de Miguel dos Santos Prazeres (2008), contos infantis e outros livros de não ficção, como uma História do Pará; Direito Agrário e Ideias sobre Alfabetização Ecológica: Ecologia e Amazônia. É o autor do hino “O Canto do Lavrador”, também conhecido como “Hino da Reforma Agrária”.

Até o momento a fortuna crítica decorrente das produções referidas tem indicado o experimentalismo formal, a especulação existencial e em especial as questões identitárias, a crítica da violência, do autoritarismo e do capitalismo, as paisagens naturais e sociais da Amazônia, como pontos de destaque no conjunto da obra de Monteiro. Nesse sentido, no Dossiê “Benedicto Monteiro: escritor da resistência na Amazônia” serão acolhidos artigos que discutam estes e outros temas e/ou categorias relacionados ao Dossiê considerando uma produção específica, o conjunto da obra de Benedicto Monteiro ou o lugar de sua obra no campo literário brasileiro e/ou latino-americano. Qualquer instrumentalização teórica será igualmente bem-vinda desde que em sintonia com a análise do objeto estudado.

Data-limite para submissão de artigos: 15/03/2025

Organizadores:

Maria de Fátima do Nascimento (Instituto de Letras e Comunicação, UFPA)

Tânia Sarmento-Pantoja (Instituto de Letras e Comunicação, UFPA)

Abilio Pachêco de Souza (Instituto de Linguística, Letras e Artes, UNIFESSPA)