Identidade e memória em Os rios profundos, de José Maria Arguedas
Resumo
Este trabalho estabelece uma inter-relação da identidade cultural com a memória do personagem Ernesto, no romance Os rios profundos (1958), do escritor peruano José María Arguedas. O objetivo é traçar uma reflexão teórica, e para tanto mapear e compreender como tais conceitos (identidade cultural e memória) estão presentes na narrativa arguediana a partir do discurso memorialístico do narrador-personagem, considerando o tempo e o espaço ficcional. Ernesto passa por um processo de profundas e significativas mudanças, o qual é atravessado por devires que o deslocam de sua territorialidade, fazendo com que passe por um processo de múltiplos movimentos. A identidade do personagem vive em um terreno movediço composto por sua condição mestiça, híbrida, heterogênea. Abre-se um diálogo entre a literatura, a crítica literária, a filosofia e a sociologia apoiado em Bergson (1999), Canclini (2008), Candido (2002), Cornejo Polar (2000, 2003), Hall (2006), Glissant (2005), Ricoeur (2007), Paz (1981, 1989).
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/moara.v2i56.10476