No fundo do poço: a alegoria anti-platônica em O natimorto de Lourenço Mutarelli
Resumo
O Natimorto (2009), segunda obra literária de Lourenço Mutarelli, pode ser definida como um romance claustrofóbico e alegórico, apresentando, no que tange a seus elementos basilares, certa tendência minimalista. Ou seja, nessa obra, mínimos elementos textuais são trabalhados segundo uma potencialização de sua capacidade significativa. A questão das camadas simbólicas dessa narrativa, bem como as implicações dessas na construção de uma crítica da realidade, constitui o tema central do presente artigo. Partindo da leitura imanente de uma micronarrativa interna ao romance (denominada por nós como “alegoria do poço”), e contrapondo essa às imagens e reflexões da “alegoria da caverna” de Platão (2011), desenvolve-se aqui uma reflexão sobre a construção alegórica e a leitura filosófica – ou anti-filosófica, de uma perspectiva anti-platônica – da realidade evocada por esse romance mutarelliano.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/moara.v0i61.13863