A língua geral amazônica no Grão-Pará cabano: revisitando conceitos
Resumo
Trata-se de um estudo que problematiza a utilização do termo “língua geral” referindo-se à amplitude de uso do patrimônio linguístico mobilizado pelos cabanos à época da Cabanagem. O processo de teorização dos conceitos ocorrerá por meio de um diálogo entre os escritos de Michel Foucault no quadro dos estudos discursivos (2010a; 2010b), Rosa Silva (2004) e Dante Lucchesi (2015), na busca de desmembrar gestos interpretativos que tornem mais plural o olhar sobre o projeto lusitano de governo da língua portuguesa como manifestação linguística oficial do Brasil. Assim, pela perspectiva de discursivização das línguas potencializada pelo dispositivo colonial, limitaremos alguns acontecimentos discursivos em suas especificidades para reagrupá-los em uma rede de memória, observando a hipótese de indícios que possam evidenciar o nheengatu como uma língua crioula no Grão-Pará cabano e, ao mesmo tempo, como mais um traço cultural solidificado por diferentes grupos sociais do território amazônico para fazer valer seus interesses.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/moara.v0i62.15065