Ethos discursivo e argumentatividade em uma crônica de Carmen Dolores, a “argumentadora máscula” esquecida pelo cânone

Resumo

Em sua fortuna crítica, a escritora brasileira Carmen Dolores foi adjetivada como “argumentadora máscula”, denominação que foi investigada no presente artigo, cujo objetivo principal foi investigar o que é e como se constitui a “argumentação máscula” em uma das crônicas da autora. A reflexões sobre o ethos discursivo de Dominique Maingueneau (2001, 2009), além do diálogo com autores como Ruth Amossy (2020) e seu conceito “visada argumentativa”, ajudou-nos a entender a imagem dita e mostrada por Carmen Dolores em sua crônica. Nesta pesquisa, de base qualitativa, selecionamos uma crônica do levantamento de Maria Risolete Hellman (2015) para, a partir dela, depreender o ethos discursivo da autora. A presente pesquisa levou-nos a compreender que a “masculinidade” que atribuíam ao estilo de escrita da referida autora nada mais era do que uma forma de resistir àquela sociedade patriarcal, além de uma forma de descredibilizá-la.