MOARA – Revista Eletrônica do Programa de Pós-Graduação em Letras ISSN: 0104-0944

Moldes contrários: o romantismo como modelo (negativo) para o naturalismo

Alan Victor Flor DA SILVA, Germana Maria Araújo SALES

Resumo

Modelos negativos são paradigmas com os quais não desejamos ser comparados, aos quais queremos nos contrapor ou dos quais esperamos ser diferentes. Considerando-se, portanto, esse conceito, a partir dos romances O Mulato (1881), de Aluísio de Azevedo, A Normalista (1893), de Adolfo Caminha, e Hortência (1888), de Marques de Carvalho, objetivamos, com este trabalho, demonstrar que os idealizadores do Naturalismo no Brasil atribuem ao Romantismo, ainda que de forma negativa, a função de modelo. Para tanto, este estudo terá como foco principal as personagens femininas Ana Rosa, Maria do Carmo e Hortência, pois essas mulheres da ficção naturalista apresentam um perfil acentuadamente romântico e, consequentemente, são estigmatizadas e recebem um final que não condiz com o qual desejam. Essa perspectiva de análise contrapõe-se à ideia de alguns historiadores da literatura brasileira, como Lúcia Miguel Pereira e Nelson Werneck Sodré, que afirmam que o Naturalismo, ainda que disfarçado com cenas realistas, permaneceu na essência romântico.

PALAVRAS-CHAVE: Modelo negativo. Romance. Personagens femininas. Naturalismo. Romantismo.


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/moara.v0i41.1953