Eça e machado: do realismo naturalista ao realismo carnavalizado
Resumo
Eça de Queirós, ao tomar o modelo realista-naturalista como referência para escrever seus dois romances – O crime do padre Amaro e O primo Basílio – tende a desfigurar a verdade moral dos fatos e, com isso, a enfraquecer a dimensão propriamente artística da obra literária e dos personagens. Machado de Assis, em Memórias póstumas de Brás Cubas, ao usar o recurso carnavalizante do “defunto autor”, recupera a figuração da verdade moral que deve estar presente na obra através das ações dos personagens e recobre o esqueleto realista de musculatura estética. Apesar das diferenças literárias entre os dois romancistas, é possível perceber que ambos contestam as aparências sociais. Por isso, é preciso reler com olhos críticos a crítica de Machado feita a Eça.
PALAVRAS-CHAVE: Realismo naturalista; realismo carnavalizado; figuração moral e artística; Eça de Queirós; Machado de Assis.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/moara.v0i41.1962