Aqui se faz política, ali só se dança: criação de fronteiras discursivas entre participantes da Parada LGBT de São Paulo na mídia jornalística brasileira
Resumo
Desde sua criação, a Parada LGBT de São Paulo sofreu transformações significativas em sua organização, ganhando feições bastante próprias. Assemelhando-se em sua primeira edição ao que poderia ser compreendido como uma manifestação prototípica, com seu crescimento, sua atuação parece “carnavalizar-se progressivamente”, sugerindo modos diversos do fazer político. Essa organização tem impacto sobre sua recepção pela sociedade e pela mídia jornalística. Neste trabalho, através de teorias enunciativas – Análise do Discurso francesa e Semiolinguística –, investigamos como o discurso jornalístico “captura” o político, limitando-o a lugares delineados, criando fronteiras discursivas entre participantes. Tomamos como corpus um recorte quadrienal, de 1997 a 2013, em notícias da Folha de São Paulo sobre a manifestação, observando o tratamento dos indivíduos e grupos presentes (e ausentes) no evento. Os achados sugerem uma predominância de uma política territorializada, ainda que a malha discursiva permita linhas de fuga para outros modos de se fazer política na Parada.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/moara.v1i47.4213