A nacionalidade como problema historiográfico: primeiros momentos da história literária brasileira
Resumo
Pensando a História enquanto prática social, reflito sobre como a busca por assertividade identitária no pós-independência pode revelar os projetos intelectuais/ideológicos que orientaram a formação do Estado Nacional brasileiro. A elite intelectual do século XIX iniciou um projeto em busca da cultura brasileira “original” (tanto de “origens” quanto de “originalidade”), mas a ausência da participação de grupos minoritários aponta para o caráter excludente do projeto que estava em curso. Foi se estabelecendo um paradigma da nação através das camadas privilegiadas e confundidas com as próprias instituições. Também, é através desse perfil bastante específico do sujeito enunciador que se constrói o perfil de um sujeito da nação (o cidadão). Através, então, da leitura de textos fundadores da história literária brasileira sob a ótica de reflexões recentes sobre memória nacional (ACHUGAR), cultura brasileira (FINAZZI-AGRÒ e ORTIZ) e representatividade cultural (DALCASTAGNÈ), pretendo fornecer algumas pistas para a seguinte questão: quem foi (e quem é), afinal, o “sujeito do discurso nacional”, que realiza a escrita da história e a construção da memória?
Texto completo:
PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/moara.v0i49.6367