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A formação socioprodutiva da agricultura familiar amazônica: heterogeneidade social e diversificação produtiva no território paraense

Luiz Carlos Neves da Fonseca, Luis Mauro Santos Silva

Resumo

Estudos contemporâneos são fundamentais para atribuir visibilidade à agricultura familiar na Amazônia paraense. O objetivo deste artigo consiste em caracterizar a formação socioprodutiva (grupos sociais e atividades produtivas) da agricultura familiar na Amazônia paraense. O percurso metodológico deu-se por meio de pesquisa de campo e realização de entrevistas (semiestruturadas) com participantes-chave de instituições públicas e/ou organizações coletivas, com atuação destinada à agricultura familiar paraense, em diferentes territórios (municípios das mesorregiões) do Pará. A agricultura familiar paraense é marcada tanto por heterogeneidade social: povos indígenas, as comunidades quilombolas, a população ribeirinha, os extrativistas, os assentados da reforma agrária, os agricultores familiares, os pescadores artesanais e os acampados quanto por diversificação produtiva de origem vegetal, animal e artesanal: fruticultura, culturas temporárias, culturas permanentes, sistemas agroflorestais, extrativismo, criação de animais de pequeno porte, gado de leite, pesca artesanal (peixe e/ou camarão) e o artesanato do Matapi. Portanto, é impossível desconsiderar a complexidade que envolve a formação socioprodutiva nos territórios de vida: o campo paraense. Por isso, exige-se um desenvolvimento rural territorial e sustentável conforme a heterogeneidade e as potencialidades endógenas da Amazônia paraense.


Palavras-chave

agricultura familiar; grupos sociais; atividades produtivas; Amazônia paraense.


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/ncn.v27i2.15494

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