Reconhecimento de Saberes Locais em Contexto de Ambientalização
Resumo
O artigo trata da questão do reconhecimento dos saberes tradicionais no contexto de ambientalização dos movimentos sociais e de territorialização da ação pública que se acompanha habitualmente de uma reivindicação do território de pertencimento de grupos sociais. Esta reivindicação se manifesta como uma reivindicação global que abrange o estatuto das populações tradicionais, o uso da terra, as formas de producão que elas desenvolvem, seu modo de organização coletiva e o reconhecimento de sua identidade em référencia a uma cultura. Para isso é apresentada uma síntese dos debates que acompanham esta reivindicação de reconhecimento no âmbito da Amazônia brasileira e os desafios aos quais este reconhecimento deve responder, em particular sobre os laços entre o território de pertencimento e a cultura dessas populações, entre esta cultura e seus modo de ocupação e de exploração das terras e a eficácia econômica e social do modo de produção que elas têm conseguido conceber. Esta reivindicação interroga a capacidade dos saberes acadêmicos de re-interrogar a relação homem-natureza que lhes têm inspirado. Face a um tal desafio, o projeto de Edgar Morin encontra toda pertinência e permite de compreender tudo o que há de utópico em proposições como a das Reservas Extrativistas, revisitada nesta perspectiva. Para concluir voltamos às distinções entre ambientalização verde e ambientalização marrom para abrir um debate sobre o interesse em levar em consideração os recursos naturais enquanto recursos patrimoniais.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.5801/ncn.v13i2.424
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Print ISSN: 1516-6481 – Eletrônica ISSN: 2179-7536