Nova Revista Amazônica

ILHA DO COMBU, BELÉM-PA: ESPAÇO EM CONSTANTE TRANSFORMAÇÃO

Ana Carolina de Nazaré Gonçalves da Silva, Cláudia Viana Urbinati, Flávia Cristina Araújo Lucas

Resumo

A criação de áreas ambientais protegidas, visa orientar a ação antrópica sobre os recursos naturais, de forma manejada, com vistas à sustentabilidade local. O estudo buscou compreender as transformações ambientais e sociais nas comunidades Combu e Piriquitaquara, localizadas na Ilha do Combu-PA, a partir das impressões dos comunitários sobre a dinâmica da natureza, com base nas memórias, anseios e na tradição local. A pesquisa contou com os procedimentos éticos para realização. A seleção dos participantes fundamentou-se na amostragem não probabilística. Na metodologia utilizou-se o Diagnóstico Rápido Participativo e a História Oral Temática, aplicados em entrevistas semiestruturadas. Observou-se que o turismo desordenado, a ausência do plano de manejo, a falta de diálogo consistente entre o poder público e os ribeirinhos, têm fomentado mudanças na paisagem natural da Ilha do Combu e nas relações sociais entre os comunitários. Assim, percebe-se como necessário a elaboração de estratégias eficazes de gestão da Ilha, de modo que as carências das comunidades possam ser contempladas. Atenta-se também, para a realização de um turismo ecológico que não agrida o ecossistema da várzea e valorize a cultura ribeirinha.


Palavras-chave

Amazônia. Fragilidades Socioambientais. Poder Público.


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/nra.v11i1.12015

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