CRIMES AO NORTE: OS ÉGUAS E A TRADIÇÃO DO ROMANCE POLICIAL
Resumo
O presente estudo tem por objetivo analisar o romance Os éguas, do escritor paraense Edyr Augusto (1998). Parte-se da hipótese segundo a qual o autor não apenas dialoga com a tradição do romance policial em sua diversidade, como também, ao ambientar a narrativa na Amazônia, subverte certa representação/concepção da região amazônica, que a toma como espaço “só natureza”. Tendo isto em vista, recupera a discussão sobre o gênero em sua matriz européia forjada no século XIX e seus desdobramentos com o triller ou hard boiled americano no século XX para, em seguida, analisar o romance se atendo aos três pilares que constituem a narrativa policial: o detetive, o criminoso e os crimes. A análise demonstra que o romance, ambientado na cidade de Belém e em Salinas, mantém o foco no processo investigativo e no desvendamento do enigma, trazendo para o centro da cena uma diversidade de crimes e criminosos, de forma a representar certas dinâmicas sociais até então pouco exploradas nos exemplares de prosa de ficção que tiveram a Amazônia como cenário de suas intrigas. Contrabando, tráfico de drogas e aliciamento de menores para a prostituição constituem o rol de crimes que se desvenda aos olhos do leitor, sem que se perceba a possibilidade de punição e reconciliação com a ordem social.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/nra.v10i1.12758
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