Nova Revista Amazônica

RIBEIRINHOS REASSENTADOS E AS MUDANÇAS NOS MODOS DE VIDA: DANOS DA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE NO RIO XINGU, PARÁ

Carla Giovana Souza Rocha, Josefa de Oliveira Camara da Silva

Resumo

O objetivo é discutir as mudanças produtivas nos calendários e nas práticas de ribeirinhos reassentados após a instalação da hidrelétrica de Belo Monte no rio Xingu, Pará. Os dados da pesquisa documental foram gerados por meio de entrevistas realizadas a dez famílias ribeirinhas reassentadas. Cento e vinte e uma famílias deslocadas compulsoriamente de suas moradas no rio Xingu e reassentadas em áreas distantes de seus locais de origem, que não oferecem condições para reconstruírem seus modos de vida. A retirada compulsória da população ribeirinha iniciou em 2014 e o reassentamento em 2016, em áreas ao longo do rio Xingu, motivado pela mobilização das famílias junto ao Ministério Público Federal. A criação do Conselho de Ribeirinhos foi decisiva para o reconhecimento de seus direitos. Os seus modos de vida foram transformados em consequência das mudanças ambientais provocadas pelo barramento do rio e das cadeias sociais e produtivas em decorrência da remoção de seus territórios. Houve alterações do comportamento dos peixes, perda de referência dos pescadores em relação aos locais de pesca e mudanças nas características do meio natural e composição do sistema, alterando o calendário e a organização do trabalho, além da perda de áreas para o extrativismo e diminuição da pesca. Com a retirada compulsória de seus territórios de origem, o reassentamento em outras áreas do rio Xingu não resgatou as territorialidades que caracterizavam o modo de vida ribeirinho.


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/nra.v10i2.13523

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