O COMPORTAMENTO SOCIOESPACIAL DE PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO (TEA) NA PANDEMIA: REFLEXÕES COM BASE NA PSICOLOGIA AMBIENTAL

Resumo

A nova edição da Classificação Internacional de Doenças (CID 11), em vigor desde fevereiro de 2022, apesar de explicitar que o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) não é doença, declara que as pessoas com autismo possuem déficits persistentes na interação e comunicação social, somado a padrões de comportamento e interesses restritos, repetitivos e inflexíveis, características que, quando não tratadas precocemente, carretam prejuízos ao longo de toda vida. Entre 2019 e 2021, o enfrentamento da pandemia do Coronavírus exigiu isolamento social, situação que atingiu especialmente os indivíduos mais vulneráveis, dentre eles as pessoas com TEA, que tiveram uma quebra abrupta da rotina, justamente uma das maiores dificuldades para esse público. Nesse contexto, este artigo ressalta contribuições que os estudos na área da Psicologia Ambiental (PA) podem oferecer para a compreensão do comportamento socioespacial das pessoas com autismo. Para fundamentar a argumentação foram analisadas 64 Lives sobre autismo disponibilizadas na internet entre março e agosto/2020, das quais 22 remetem a assuntos relacionados à PA. A análise do material coletado mostrou o potencial da PA para: (i) ajudar a explicar determinados comportamentos presentes no TEA; (ii) sugerir intervenções ambientais que podem ser feitas por profissionais e familiares a fim de reduzir alguns problemas detectados.