Nova Revista Amazônica

CONTRA A ATITUDE “AUTORIZADA” DE REPETIÇÃO FORMAL DE SABERES: UM OLHAR À ESCOLA MOÇAMBICANA A PARTIR DE UM ENSINO FILOSÓFICO DE FILOSOFIA

Antoninho Alfredo, Eusébio Félix

Resumo

Este artigo discute a problemática, se o ensino formal moçambicano “formaliza” um ensino para a repetição do saber ou se responde a condições de um ensino formal para o questionamento. O nosso debate parte do diálogo de duas obras do filósofo argentino Alejandro Cerletti: O ensino de filosofia como problema filosófico e Ensaios para uma didáctica filosófica. Indagamos aquilo que se chama “professor de conteúdos” e damos atenção a proposta de um ensino para a “repetição criativa dos conteúdos”. Para construir uma proposta de um ensino para a repetição criativa de conteúdos, nos opomos ao conceito dos filósofos moçambicanos Ngoenha e Castiano de engajamento, e nos apropriamos do conceito de Camus de embarcamento. É a partir do embarcamento que se pensa o compromisso docente com ensino do seu saber e com o saber de seus alunos. A nossa tese é a de que o nosso ensino em sala de aula deve ser feito como um compromisso para uma repetição criativa de conteúdos, como uma crítica à tradição dos saberes dos livros e dos sábios, e, desse modo, o ensino será, apesar dos desafios pedagógicos moçambicanos, uma questão de método; será compreendido como uma problemática que deve ser tratada a partir do diálogo crítico e criativo do professor, do saber, do aluno.

Palavras-chave: Engajamento. Embarcamento. Ensino de filosofia. Repetição criativa.

 


Palavras-chave

Engajamento. Embarcamento. Ensino de filosofia. Repetição criativa.


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/nra.v12i2.16130

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