EDUCAÇÃO PARA DEPENDÊNCIA? As políticas educacionais do Banco Mundial na educação moçambicana hoje: um olhar a partir de José Carlos Libâneo

Resumo

Este artigo é resultante da preocupação e reflexão profunda da baixa qualidade de educação e da tentativa de encontrar os definidores das políticas educacionais nos países pobres, caso de Moçambique. A construção desta reflexão foi baseada grandemente no estudo das diversas obras e relatórios sobre a qualidade de educação e da formação de professores em Moçambique. No entanto, ela constata que a baixa qualidade de educação é originada pela maior influência das políticas educacionais das organizações internacionais, caso de Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional que ludibriam os governos dos países pobres com discursos de expansão da educação e redução da pobreza através de empréstimos monetários, mas impondo certas condições nos modelos de formação e capacitação de professores e a política de progressão por ciclo de aprendizagem dos alunos no ensino primário. Os governos amarrados pelos empréstimos monetários aceitam as imposições dos parceiros doadores, mesmo que suas políticas empobreçam a qualidade de educação. São políticas que tornam os países pobres reféns dos parceiros doadores, empobrecendo cada vez mais as populações porque os jovens que concluem os diferentes níveis de escolaridade não estão em altura de intervir ou resolver os problemas das suas comunidades e a maioria mostra-se sem competências para ingressar no ensino técnico-profissional e no ensino superior. Com isso, é preciso que os governos sejam autónomos e ousados na definição das políticas educacionais que reflictam na resolução dos problemas do povo.