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Fórum Permanente Fora Lixão: ação coletiva no município de Marituba (PA) (Edição 481)

Rodrigo Corrêa Diniz Peixoto, Suelen Reis da Conceição, Fabrício Tavares de Moraes

Resumo

Um movimento popular no município de Marituba, na Região Metropolitana de Belém (PA), reivindica a retirada de um aterro sanitário que funciona nos moldes de um fétido lixão. O problema do lixão põe a nu o desprezo que empreendimentos econômicos e governos reservam a populações localizadas em periferias de cidades amazônicas. As condições pelas quais o chamado “Aterro Sanitário de Marituba” foi licenciado - em 2015 - e opera hoje exibem evidentes irregularidades ambientais e sociais. O “Fórum Permanente Fora Lixão” (FPFL) tem denunciado o empreendimento e exercido importante pressão popular em busca de soluções para o problema. A questão tem repercutido: dois diretores da empresa responsável pelo empreendimento foram presos, e o governo do estado, responsável pela licença ambiental, é apontado, no mínimo, como omisso. O lixão de Marituba é um exemplo de uma forma colonial na relação entre empresas e poderes públicos, na medida em que estes permitem o licenciamento e a operação de empreendimentos em flagrante desrespeito à legislação ambiental e, no caso do lixão de Marituba, da Lei Nº 12.305, que orienta a instalação e a operação de projetos de aterros sanitários para o tratamento de resíduos sólidos. O FPFL lidera uma ação coletiva que tem conquistado adesões importantes, entre as quais a de entidades da sociedade civil e a Universidade Federal do Pará, além de políticos e outros atores locais. O movimento carrega um forte componente de subjetividade, posto que o lixão afeta dramaticamente a vida das pessoas que expressam suas emoções no espaço público. O objetivo do artigo é analisar uma ação coletiva cuja luta é pelo direito ao lugar.

Palavras-chave: Fórum Permanente Fora Lixão. Ação coletiva. Marituba. Movimentos sociais. Lugar.


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/papersnaea.v1i2.10130

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