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Os royalties da mineração e o sistema da dádiva em Juruti Velho - Juruti, Pará (Paper 378)

Kátia Demeda, Luciana Gonçalves de Carvalho

Resumo

Este artigo analisa como os royalties da mineração de bauxita, recebidos pela Associação das Comunidades Reunidas de Juruti Velho - Acorjuve, que representa cerca de 50 comunidades no município de Juruti - PA, foram absorvidos no sistema tradicional de dons e contradons que movimentam o circuito de trocas de bens materiais e imateriais entre os moradores da região. Propõe-se, a partir de pesquisa etnográfica e observação participante, uma reflexão fundada na teoria da dádiva para compreender o “modelo nativo” de uso dos royalties e as relações que o constituem. Diante da pressão exercida por diferentes instituições para adotar um modelo “ideal” de gestão desses recursos, a entidade tem lutado pela manutenção do seu “modelo nativo” de uso e distribuição de dinheiro e bens entre seus representados, baseado em relações de troca atreladas às redes locais e avesso às lógicas burocráticas e formais-legais. Conclui-se que esse singular caso pode apontar para mecanismos diferenciados e próprios de reorganização social e de mobilização interna, bem como indicar formas de resistência dessas comunidades à possibilidade de perda de controle sobre o processo de decisão quanto ao uso e à gestão do dinheiro.

Palavras-chave: Royalties. Mineração. Comunidades. Dádiva. Trocas._


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/papersnaea.v1i1.11111

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