A Migração e Agricultura Familiar Camponesa: Desestruturação ou Estratégia de Reprodução? (Paper 307)
Resumo
Os sistemas familiares de produção na Amazônia são muitas vezes tratados como ineficientes, causadores de degradação ambiental e economias miseráveis ou até mesmo ausência de economia. No entanto, o que essas abordagens deixam de considerar é que existe certa racionalidade no manejo dos recursos naturais por parte dessas populações, graças aos saberes locais. Por outro lado, em que medida essa racionalidade é posta em dúvida por aspectos como a mobilidade rural-urbana? Neste artigo, trata-se de investigar, em nível local, em que medida a migração rural-urbana pode funcionar como um fator articulador ou desarticulador dos sistemas familiares de produção. O objetivo é identificar o efeito da migração sobre o uso dos recursos naturais e sobre os sistemas sociais na comunidade de São Luís do Caripi, município de Igarapé-Açu, estado do Pará. O trabalho foi feito por meio de entrevistas, aplicação de questionários e observações diretas. Constatou-se que a migração para a cidade resultou em novos padrões de uso dos recursos naturais. A migração é acionada pelos agricultores familiares como uma estratégia de reprodução diante de um quadro de concentração da posse da terra ou declínio da fertilidade do solo. Porém, num prazo mais longo poderá resultar num quadro de êxodo rural ainda maior, dado o avanço da monocultura de dendê na comunidade.
Palavras-chave: Migração. Agricultura Familiar Camponesa. Nordeste Paraense. Amazônia Oriental.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/papersnaea.v22i1.11321
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