O corpo negro, as marcas e o trauma
Resumo
Resumo
O discurso pós-colonial, de acordo com as teorias desenvolvidas a partir dos anos 1970, está nas marcas deixadas nas sociedades colonizadas, as quais construíram seus processos de independência e modernidade por cima dessas marcas, na forma da violência. A modernidade é como uma máscara branca sobre a pele negra (Frantz Fanon), que só em casos de embate deixa aflorar, como imagens dialéticas, a permanência das relações escravistas recalcadas. São máscaras, impostas ou autoimpostas, que forçaram o apagamento da memória racial, muitas vezes associada ao gênero. O texto aqui apresentado procura, assim, ativar criticamente algumas imagens produzidas pela artista Rosana Paulino, sobretudo as que desenvolveu para a instalação Assentamento, cujas imagens dos corpos masculinos e femininos escravizados, enquanto imagens de discursos científicos positivistas dos novecentos, são ressignificadas pela artista como imagens-denúncia.
Abstract
The postcolonial discourse, according to the theories developed since the 1970s, is on the marks left in the colonized societies, which built their processes of independence and modernity over these marks, in the form of violence. Modernity is like a white mask on the black skin (Frantz Fanon), which only in cases of clash brings out, as dialectical images, the permanence of repressed slave relations. They are masks, imposed or self-imposed, which forced the erasure of racial memory, often associated with gender. The text presented here seeks to critically activate some images produced by the artist Rosana Paulino, especially those developed for the Settlement installation, whose images of male and female enslaved bodies, as images of positivist scientific discourses of the nineteenth century, are restated by the artist as images-complaint.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/arteriais.v3i5.5361
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