A clínica comportamental no enfrentamento do COVID-19: Uma discussão teórica possível
Resumo
Em face ao cenário de pandemia declarado pela Organização Mundial de Saúde e a partir da perspectiva analítico comportamental para área clínica, o artigo busca responder: o que é possível de ser feito para sensibilizar as pessoas sobre as implicações trazidas pela pandemia, ou melhor, como levá-las a perceber que seus comportamentos afetam a vida do outro? Para isso, o presente trabalho retoma a definição de clínica comportamental e analisa seus aspectos sociopolíticos enquanto agência de controle. Em seguida, discute dimensões necessárias para que a clínica possa contribuir com a cultura no enfretamento da COVID-19 e após o período de propagação dela. A discussão dessa temática não pretende chegar a termos finais quanto à definição da área, mas afirmá-la como uma agência de controle, composta por práticas culturais científicas voltadas à extinção e minimização de efeitos coercitivos, a promoção de autoconhecimento e autocontrole, e que enquanto tal, nesse contexto, capaz de aumentar a probabilidade de engajamento de membros da cultura na prevenção ao COVID-19. Além disso, promover análises de relações de interdependência, descrevendo práticas culturais que as mascaram, contribuindo para o enfrentamento do individualismo que pode afastar as soluções de problemas coletivos com necessidade de produção de consequências a longo prazo. Por fim, defende-se que uma clínica coerente com os pressupostos do Behaviorismo Radical, não sendo estática, precisa promover os valores de bens para si, para o outro e para a cultura; e em última instância, o de sobrevivência das pessoas, mesmo em desacordo com outras agências de controle.
Palavras-chave: clínica comportamental; cultura; COVID-19.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/rebac.v16i2.10110