Uma Introdução à Nomeação Bidirecional
Resumo
A análise do comportamento verbal feita por Skinner abordou principalmente o comportamento do falante. Em 1996 a Teoria da Nomeação de Horne e Lowe inaugurou um campo de pesquisas sobre comportamento verbal, cujo epicentro tem sido a descrição das contingências necessárias para a integração dos repertórios de ouvinte e de falante em um mesmo indivíduo, o que constitui a Nomeação Bidirecional (do inglês Bidirectional Naming ou BiN). Desenvolvidos os comportamentos pré-requisitos para que as crianças aprendam a se comportar como ouvintes, principalmente a partir da imitação dos seus cuidadores, e como falantes, ecoando a fala dos cuidadores e aprendendo a tatear os objetos/eventos ao seu redor, a integração destes comportamentos se dará conforme as crianças tenham oportunidades de se comportarem como ouvintes de si mesmas, em ambientes ricos em reforçadores fornecidos pela comunidade verbal. A BiN também pode ser induzida experimentalmente, por meio de procedimentos que simulam situações naturais, como o Ensino por Múltiplos Exemplares, que fornece diversas oportunidades para que aprendizes intercalem respostas de ouvinte e de falante sob controle dos mesmos estímulos antecedentes. Estudos que objetivam induzir BiN precisam avaliá-la com testes. Tanto os procedimentos de ensino quanto os de teste são objeto de controvérsias teóricas na literatura sobre quais repertórios estão sendo ensinados diretamente e quais são fruto de aprendizado incidental. Algumas lacunas ainda existentes são o papel dos ecoicos, efeitos da automatização dos procedimentos de ensino e possíveis relações do campo com a Teoria das Molduras Relacionais.
Palavras-chave: comportamento verbal, teoria da nomeação, nomeação bidirecional, integração de comportamentos de ouvinte e de falante, aprendizado incidental.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/rebac.v20i0.16458