COMBATENDO A TRAGÉDIA DOS COMUNS: COMO ESTRATÉGIAS DE AUTOCONTROLE E COOPERAÇÃO SOCIAL PODEM CONTRIBUIR PARA O ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA DE COVID-19
Resumo
A pandemia de COVID-19 se configura como um desafio global sem precedentes, cujos impactos sobre os sistemas de saúde ao redor do mundo podem ser caracterizados como uma espécie de tragédia dos comuns, na qual o número de pessoas adoecidas ao mesmo tempo pode superar rapidamente o número de equipamentos hospitalares e a quantidade de profissionais capacitados para prestar os atendimentos necessários. O presente trabalho teve como objetivo discorrer sobre os fatores comportamentais envolvidos em problemas sociais semelhantes aos enfrentados durante a atual situação de pandemia e, a partir disso, explorar estratégias que podem ser utilizadas para potencializar a adoção de ações e intervenções voltadas para minimizar os efeitos da COVID-19 sobre os indivíduos e sobre a sociedade como um todo. Processos comportamentais envolvidos no autocontrole e na cooperação social foram identificados e descritos como relacionados com uma maior ou menor probabilidade de adesão às medidas protetivas necessárias para o enfrentamento da pandemia, tais como o distanciamento social, o fortalecimento de hábitos de higiene e o uso de equipamentos de proteção individual. Com base na literatura analítico-comportamental, foram propostas nove estratégias de autocontrole e cooperação social que se configuram como alternativas não-coercitivas para se frear o avanço da doença, de modo a permitir que os sistemas de saúde atendam adequadamente todas as pessoas que precisem de cuidados médicos nesse momento.
Palavras-chave: dilema dos comuns; tomada de decisão; desvalorização pelo atraso; desvalorização pela probabilidade; desvalorização social.
Texto completo:
PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/rebac.v16i1.9099