Revista Humanitas

EMÍLIA SNETHLAGE: NARRATIVAS DE CIÊNCIA E LITERATURA NA AMAZÔNIA (1907)

Leila Mourão Miranda

Resumo

O texto discute as atividades da naturalista ornitóloga Henriette Mathilde Maria Elizabeth Emilie Snethlage no Museu Paraense Emílio Goeldi, Instituição onde ocupou diversas funções durante os anos de 1905 a 1921, e por meio da qual se tornou a primeira mulher a dirigir um Museu na América Latina. Nascida na região da antiga Prússia, Emilie Snethlage enfrentou a discriminação por ser mulher e ter nacionalidade alemã, durante a Primeira grande Guerra, e como mulher cientista, enfrentou, com galhardia e ironia, discriminações de gênero. Viajou pela Europa, realizou trabalhos de campo em quase todas as regiões da Amazônia paraense, elaborou relatórios sobre essas viagens e publicou importantes trabalhos no Brasil e no exterior. Suas narrativas de viagens, ainda que técnicas, destacam-se pelo uso da prosa nos relatos sobre o seu cotidiano de pesquisadora. São narrativas do cotidiano das atividades de uma cientista estrangeira, que realizou pesquisa documental e de campo e as relatou por meio de uma escrita que transita entre a literatura e as regras e normas da Ciência Natural, sem perder a essência da informação técnica na forma literária


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