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“A CASA DE FARINHA É A MINHA MORADA”: TRANSFORMAÇÕES E PERMANÊNCIAS NA PRODUÇÃO DE FARINHA EM UMA COMUNIDADE RURAL NA REGIÃO DO BAIXO TOCANTINS-PA

Anny da Silva Linhares, Clarissa Vieira dos Santos

Resumo

Este artigo objetiva analisar as principais transformações ocorridas no processo produtivo
da farinha. Pretende também apontar as permanências no que se refere à compreensão
da casa de farinha enquanto espaço de sociabilização. E assim traçar uma análise a respeito de
como as transformações ocorridas no processo de beneficiamento da mandioca têm influenciado
na dinâmica social deste espaço ao longo do tempo, através da memória dos atores locais
que protagonizam, constroem e reconstroem o sabe-fazer-farinha diariamente na comunidade
de Baratinha, localizada no município de Mocajuba-PA. A metodologia abrangeu a observação
participante, entrevistas semiestruturadas, fotos etnográficas das casas de farinha e das
práticas de beneficiamento, envolvendo efetivamente quatro famílias e a participação direta
em suas atividades produtivas. Como resultado, identificou-se que apesar das transformações
(instrumentais e práticas) revelarem importante progresso na produção, houve mudanças
relacionadas à organização do trabalho, diminuição dos mutirões, interesse dos jovens e da
manifestação cultural do Samba do Cacete. Todavia, a casa de farinha permanece sendo uma
morada que abriga a família, parentes e vizinhos na produção e reprodução de uma cultura.


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/raf.v0i10.4430

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