TEORES DE PROTEÍNA EM SILAGEM DE MANDIOCA ELABORADAS A PARTIR DE CULTIVARES DE MESA E FORRAGEM
Resumo
A mandioca tem potencial para tornar-se uma das principais alternativas forrageiras para a alimentação animal, como fonte de proteína para substituir ou complementar as rações a base de soja e milho, que apresentam custo elevado. Devido ao desperdício da parte aérea, que é rica em proteína, o trabalho objetivou comparar os teores proteicos de cultivares de mandioca de mesa e forrageiras na forma de silagem elaborada com diferentes proporções de parte aérea e raízes, a fim de fomentar seu uso e fornecer informações para os produtores rurais. Duas formulações de silagem foram elaboradas, uma com 70% de parte aérea e 30% de raízes (70/30) e outra com 80% de parte aérea e 20% de raízes (80/20). Foram determinados os teores de proteína bruta (PB) e massa seca (MS) das silagens e das partições da planta (raiz, haste, pecíolo e folha). As silagens 70/30 apresentaram uma média 24,9% de MS e 14,3% de PB, e na 80/20, 24,0% de MS e 16,2% de PB. Os maiores teores de proteína foram encontrados nas cultivares forrageiras (Fepagro RS 13 e Polly). A folha foi a partição da planta que apresentou os teores mais elevados de proteína.
PALAVRAS-CHAVE: Alimentação animal, Proteína, Ensilagem, Parte aérea.
Palavras-chave
Alimentação animal; Proteína, Ensilagem; Parte aérea
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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/ragros.v11i2.7299
ISSN online 2318-0188