O encontro da causa secreta: Machado de Assis em “Encontros na península”, de Milton Hatoum/The meeting of the secret cause: Machado de Assis in “Encounters on the peninsula”, by Milton Hatoum

Resumo

Fundamentado na pergunta que encerra o conto “Encontros na península”, de Milton Hatoum, o presente artigo tem por objetivo mostrar que tal texto literário faz inúmeras inferências, tanto em trechos do enredo, quanto à construção das personagens, com alguns contos de Machado de Assis, mormente o conto “A causa secreta”, proporcionando, portanto, uma análise comparativa. Para tanto, inicialmente, faz-se uma breve discussão sobre o conto na contemporaneidade, bem como a teoria de Piglia (2004), uma vez que a narrativa de Hatoum possui uma estrutura que não se delimita, mas se expande, revelando um enredo tão essencial quanto o que se mostra à princípio, seduzindo o leitor e conduzindo-o para um encontro com o bruxo do Cosme Velho. Para fundamentar tal análise, buscou-se expor alguns conceitos sobre o conto e sua imprecisão teórica (Gotlib, 2006; Gouveia, 2011; Silva, 2016), bem como a tese de Piglia (2004) e a literatura comparada assim como por Carvalhal (2006).

Partindo da questão que encerra o conto “Encontros na península”, de Milton Hatoum, este artigo tem como objetivo mostrar que este texto literário faz inúmeras inferências, tanto em partes do enredo quanto na construção das personagens, com alguns contos de Machado de Assis, em especial o conto “A Causa Secreta”, proporcionando, portanto, uma análise comparativa. Para tanto, inicialmente, é feita uma breve discussão sobre o conto na contemporaneidade, bem como a teoria de Piglia (2004), uma vez que a narrativa de Hatoum possui uma estrutura que não se delimita, mas se expande, revelando um enredo tão essencial quanto o que se mostra em um primeiro momento, seduzindo o leitor e levando-o a um encontro com o bruxo do Cosme Velho. Para embasar essa análise, buscamos expor alguns conceitos sobre o conto e sua imprecisão teórica (Gotlib, 2006; Gouveia, 2011; Silva, 2016), bem como a tese de Piglia (2004) e a literatura comparada tal como entendida por Carvalhal (2006).