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DEFUMADORES COM POSSÍVEL EFEITO ANSIOLÍTICO UTILIZADOS NO CENTRO DE UMBANDA CABOCLO UBIRAJARA E EXÚ VENTANIA, DIADEMA, SP: UM ESTUDO ETNOFARMACOLÓGICO

Daniel Garcia, Tamires A Medeiros, Cassio Ribeiro, Juliana De Faria Lima Santos, Julino Soares Neto, Raquel De Luna Antonio, Thabata Soares Damasceno Dos Santos, Eliana Rodrigues

Resumo

Na Umbanda, os defumadores são utilizados em contextos rituais e consistem na queima de ervas que, segundo seus sacerdotes, podem servir para “limpar” tanto o ambiente quanto o corpo. O presente trabalho objetivou observar e registrar, do ponto de vista etnográfico, o uso de defumadores com possíveis efeitos ansiolíticos por membros do Centro de Umbanda Caboclo Ubirajara e Exu Ventania. Para tanto, foram realizadas entrevistas informais, semi-estruturadas e observação participante, além de anotações em diário de campo. Durante um ano de trabalho de campo, foram selecionados seis entrevistados que citaram os usos de 13 defumadores, cuja composição envolve 27 plantas. Seis delas são cultivadas e utilizadas in natura, enquanto as restantes são obtidas do comércio, desidratadas e/ou em tabletes. As plantas indicadas no preparo dos defumadores que eram cultivadas pelos entrevistados foram coletadas, identificadas e depositadas em herbário. Segundo relatos dos entrevistados, praticamente todos defumadores promovem uma “sensação de bem-estar” e, portanto, podem estar associados a um possível efeito ansiolítico. Os usos mais citados foram: para “acalmar” e para “relaxar”. Estudos fitoquímicos publicados na literatura científica confirmam a presença de óleos voláteis para as seis plantas citadas e coletadas no presente estudo. Esses dados apontam que o uso ritual dessas plantas, via inalatória, não descarta a possibilidade de produzirem efeitos ansiolíticos em seres humanos, uma vez que alguns estudos clínicos da literatura descrevem esses efeitos para óleos voláteis por essa via de absorção. 


Palavras-chave

Afro-brasileiros; etnofarmacologia; fumaça; plantas medicinais; Diadema


Texto completo:

Garcia et al. 2016


DOI: http://dx.doi.org/10.18542/ethnoscientia.v1i1.10147

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ISSN 2448-1998