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CONHECIMENTOS ETNOECOLÓGICOS DE PESCADORES DA RESEX MARINHA BAÍA DO IGUAPE SOBRE ECOLOGIA TRÓFICA EM AMBIENTE DE MANGUEZAL

Francisco Cousiño Casal, Francisco Bezerra Souto

Resumo

Manguezais são ecossistemas de transição entre os ambientes terrestre e marinho, sujeitos ao regime das marés e ocorrem em regiões costeiras abrigadas, apresentando condições propícias para alimentação, proteção e reprodução de muitos grupos de animais, como crustáceos. Os crustáceos, juntamente com os moluscos e peixes, formam o conjunto de recursos pesqueiros mais importantes para a manutenção de populações humanas em áreas de manguezal. Este ecossistema é abundante na Reserva Extrativista Marinha da Baía do Iguape, onde encontra-se a comunidade de pescadores do Angolá, localizada na zona periférica do município de Maragojipe, Recôncavo Baiano. No presente trabalho, realizou-se uma abordagem etnoecológica para compreensão da relação entre pescadores da comunidade do Angolá, o ambiente e crustáceos de importância econômica. A amostra dos informantes foi definida a partir de especialistas nativos e ampliada pela técnica de bola-de-neve. Foram realizadas entrevistas livres seguidas de entrevistas semi-estruturadas com 42 pescadores. Os conhecimentos dos profissionais da pesca mostraram ter relação direta com suas práticas, manifestadas em diversas técnicas e estratégias de captura de crustáceos. Os pescadores demonstraram apurados conhecimentos sobre diversos comportamentos tróficos de crustáceos explotados localmente (herbivoria, ictiofagia, iliofagia, saprofagia, canibalismo, entre outras) apresentando fortes correspondências com a literatura científica. Os dados obtidos reforçam a necessidade de se levar em consideração o conhecimento tradicional local na elaboração do futuro plano de manejo desta Unidade de Conservação.


Palavras-chave

pesca artesanal; cognição; comportamento alimentar; crustáceos; Maragogipe-BA


Texto completo:

Casal e Souto 2018


DOI: http://dx.doi.org/10.18542/ethnoscientia.v3i0.10193

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ISSN 2448-1998