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CONHECIMENTO POPULAR DE PLANTAS MEDICINAIS NO MUNICÍPIO DE SÃO THOMÉ DAS LETRAS, MG

Renata de Melo Ferreira-Lopes, Valéria Lúcia de Oliveira Freitas, Paulina Maria Maia-Barbosa

Resumo

Estudos etnobotânicos podem subsidiar projetos de bioprospecção e conservação de plantas nativas com propriedades medicinais, pois, através da utilização dos recursos vegetais como medicamentos, a própria população pode tornar efetiva a sua proteção. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi estudar o conhecimento popular de moradores de São Thomé das Letras, MG, na bacia do Alto Rio Grande, sobre as espécies vegetais medicinais nativas da região. O público-alvo para o levantamento etnobotânico foram moradores da área urbana e rural do município e de seu entorno, que detêm algum conhecimento especial a respeito de plantas medicinais nativas da região. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 20 informantes e turnês guiadas com seis deles, em Cerrado sentido restrito, Cerrado Rupestre, campos, fragmentos de floresta estacional semidecidual e beiras de estrada, além de quintais com espécies nativas cultivadas. Ao todo foram citadas 87 espécies, pertencentes a 46 famílias botânicas. Fabaceae e Asteraceae foram as famílias com o maior número de espécies citadas. As categorias de doenças com maior representatividade foram doenças da pele (20%), transtornos do sistema genito-urinário (17%) e transtornos do sistema respiratório (14%). As espécies que tiveram os mesmos usos mencionados por 10 ou mais informantes foram Stryphnodendron adstringens (barbatimão) Croton antisyphiliticus (curraleira, pé-de-perdiz) Vernonia polyanthes (assa-peixe), Leonurus sibiricus (isope), Rudgea viburnoides (douradinha-do-mato), Palicourea rigida (douradinha), Jacaranda decurrens (carobinha), Dorstenia brasiliensis (carapiá) e Lychnophora pinaster (arnica). Os dados gerados por esta pesquisa poderão orientar propostas de comercialização, pelos próprios moradores de São Thomé das Letras, de produtos medicinais oriundos de sua flora nativa, constituiriam uma alternativa econômica para o município e diminuiria a pressão de coleta sobre as plantas em seu hábitat natural.


Palavras-chave

bioprospecção; Cerrado; conservação ambiental; etnobotânica; floresta semidecídua


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/ethnoscientia.v6i1.10349

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ISSN 2448-1998