Cabeçalho da página

“CANTA HOMEM, CANTA MULHER E A SEREIA CANTA NO MAR” : UMA EXPERIÊNCIA DE TRABALHO DE CAMPO COMPARTILHADA

Simone Lopes de Almeida

Resumo

Atravessei por diversas vezes o Semiárido alagoano, do Agreste ao Alto Sertão, onde está o grupo indígena Kalankó. Essa jornada às terras quentes durante o dia e frescas ao anoitecer inicia nas caminhadas junto ao meu companheiro antropólogo, em suas inúmeras idas a campo. Como pesquisador de grupos indígenas no Semiárido, esse trabalho exige dele uma imersão na vida daquela gente. Coloquei-me a caminhar junto dele, adquiri o hábito do caderno de campo, construí pontes e me perguntei até onde era a historiadora e/ou a esposa do etnólogo.  Encontrei-me em trânsito, sentindo vigor por uma pesquisa que não era minha, mas ali estava por motivos, a princípio, afetivos. Dos textos etnográficos com que já tive contato sempre me marcou Um jogo absorvente: notas sobre a briga de galos balinesa, de Clifford Geertz, em A interpretação das culturas (2008), produzido pelo autor quando esteve naquele país com sua esposa. É interessante perceber que a história está repleta de relatos de viajantes, de Bali na Indonésia ao Semiárido do Brasil, de homens acompanhados por “suas” mulheres. Este relato é sobre quando observei, opinei e construí minha própria experiência como pesquisadora, durante a busca de meu marido em entender sobre a cultura dos Kalankó. Aqui apresento meus escritos e memórias de campo, baseados no método etnográfico e na observação participante.


Palavras-chave

Antropologia, etnografia, história, indígena, semiárido.


Texto completo:

PDF

Referências


AMORIM, Siloé Soares de. Resistência e ressurgência indígena no Alto Sertão alagoano. Maceió, IPHAN, 2017.

ALMEIDA, Simone Lopes de. Lagoa da Areia dos Marianos: história, memória e oralidade. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em História, UFAL, Maceió, 2016.

BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: lembranças de velhos. São Paulo: T. A. Queiroz, 1994.

CERTEAU, Michel de. A invenção do Cotidiano. 1. Artes de fazer. 22 ed. Petrópolis, RJ, Vozes, 2014.

CORRÊA, Mariza. A natureza imaginária do gênero na história da antropologia. Cadernos pagu (5), Campinas, São Paulo, 1995: pp. 109-130.

COUDREAU. Henri Anatole. Viagem ao Tapajós: 28 de julho de 1895 - 7 de setembro de 1896. Ed. Nacional, Rio de Janeiro, 1941.

FERREIRA, Gilberto Geraldo. A educação dos jiripancó: uma reflexão sobre a escola diferenciada dos povos indígenas de Alagoas. Dissertação (mestrado em Educação Brasileira) Universidade Federal de Alagoas. Centro de Educação. Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira. Maceió, 2009.

GAMA, Fabiene. Antropologia e fotografia no brasil: O início de uma história (1840-1970). Giz, gesto, Imagem e Som. São Paulo, v. 5, n.1, p. 82-113, Ago. 2020

GEERTZ, Clifford de. A Interpretação das Culturas. 1.ed., 13.reimpr. Rio de Janeiro, LTC, 2008.

MUNDURUCU, Daniel. Piolhos, poesia e política. Transc. Maria Eugênia Blanques de Gusmão. Psicologia USP, 2005, 16(1/2), 35-38.

PEIRANO, Mariza. Rituais: ontem e hoje. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.

RIBEIRO, Darcy. Maíra. Global Editora; 19ª edição, São Paulo, 2014.

SILVA, José Moisés de Oliveira. Os Kalankó: memória da seca e técnicas de convivência com o Semiárido no Alto Sertão Alagoano. 2018. 134 f. Dissertação (Mestrado em Antropologia social) − Instituto de Ciências Sociais, Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2018.




DOI: http://dx.doi.org/10.18542/ethnoscientia.v6i2.10379

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2021 Ethnoscientia: Revista Brasileira de Etnobiologia e Etnoecologia

                          

ISSN 2448-1998