Cabeçalho da página

PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS EM RITUAIS DE UMBANDA: ESTUDO DE CASO NO SUL DO BRASIL

Maria Eduarda Alves Ferreira, Guilherme Alves Elias, Viviane Kraieski Assunção, Vanilde Citadini-Zanette

Resumo

A utilização de plantas para fins medicinais é uma prática milenar em todo mundo. No Brasil, o uso de plantas medicinais em rituais nasceu da miscigenação entre os indígenas, africanos, europeus e seus descendentes, que expandiram para a Umbanda. A Umbanda surgiu no Brasil como uma religião única, com influência africana, cristã, espírita e indígena. A utilização dos vegetais nos rituais de Umbanda é diversificada e complexa, ligada diretamente ao conjunto de divindades cultuadas na região, portanto as espécies utilizadas variam muito entre os terreiros. Neste sentido, este estudo pretendeu registrar as plantas medicinais utilizadas em rituais do Centro Umbandista Pai Tomé e Cabocla Indaiá da Cachoeira (CEUPTCIC), no município de Cocal do Sul, sul de Santa Catarina, Brasil. O levantamento botânico foi feito por meio de entrevista com a dirigente espiritual da casa, que detém maior conhecimento sobre plantas medicinais em seus rituais. Um espécime de cada planta indicada foi coletado para identificação e registro do estudo. Os dados obtidos na entrevista foram comparados com estudos etnobotânicos publicados em diferentes regiões do Brasil. Foram mencionadas pela entrevistada seis espécies vegetais (Lavandula dentata L., Mentha rotundifolia L., Petiveria alliacea L., Rosa alba L., Rosmarinus officinalis L. e Ruta graveolens L.) para fins terapêuticos e, destas, quatro são aplicadas em seus rituais. P. alliacea R. graveolens foram as espécies mais utilizadas em rituais afro-brasileiros em diferentes regiões do Brasil, presentes em sete estudos de dez consultados. Embora encontrado referências que respaldam a utilização das espécies no Centro Umbandista, ficou clara a necessidade de maior investigação quanto às patologias dessas espécies indicadas pela entrevistada e não encontradas na literatura.


Palavras-chave

Etnobotânica, fitoterapia, religião de matriz afro-brasileira, ritual místico-religioso, sul de Santa Catarina


Texto completo:

PDF

Referências


ALBUQUERQUE, U. P. Introdução à etnobotânica. Recife: Bagaço, 2002. 87 p.

ALBUQUERQUE, U. P. Folhas sagradas: as plantas litúrgicas e medicinais nos cultos afro-brasileiros. 2 ed. Recife: Nupeea, 2006. 195 p.

ALBUQUERQUE, U. P.; CHIAPPETA, A. A. O uso de plantas e a concepção de doença e cura nos cultos afro-brasileiros. Ciência & Trópico, Recife, v. 22, n. 2, p.197-210, 1994.

ALBUQUERQUE, U. P.; MONTEIRO, J. M.; RAMOS, M. A.; AMORIM, E. L. C. Medicinal and magic plants from a public market northeastern Brazil. Journal of Ethnopharmacology, Pretoria, v. 110, n. 1, p.76-91, 2007.

ALBUQUERQUE, U. P.; LUCENA, R. F. P.; LINS NETO, E. M. F. Seleção dos participantes da pesquisa. In: ALBUQUERQUE, U. P.; LUCENA, R. F. P.; CUNHA, L. V. F. C. (Org.). Métodos e técnicas na pesquisa etnobiológica e etnoecológica, Recife: Nupeea, 2010, p. 21-37.

ALMEIDA, M. Z. Plantas medicinais, 4 ed. Salvador: EDUFBA, 2016, 213 p.

ALONSO-CASTRO, A. J.; MALDONADO-MIRANDA, J. J.; ARATE-MARTINEZ, A.; JACOBO-SALCEDO, M. R.; FERNÁNDEZ-GALICIA, C.; FIGUEROA-ZUÑIGA, L. A.; RIOS-REYES, N. A.; LEÓN-RUBIO, M. A.; EDELLÍN-CASTILLO, N. A.; REYES-MUNGUIA, A.; MÉNDEZ-MARTÍNEZ, R.; CARRANZA-ALVAREZ, C. Medicinal plants used in the Huastecapotosina, México. Journal of Ethnopharmacology, Pretoria, v. 143, p. 292-298, 2012.

ALVES-SILVA, J. M.; ROMANE, A.; EFFERTH, T.; SALGUEIRO, L. North african medicinal plants traditionally used in cancer therapy. Frontiers in Pharmacology, Davis, v. 8, n. 383, p. 1-24, 2017.

ALVES, K. C. H.; POVH, J. A.; PORTUGUEZ, A. P. Etnobotânica de plantas ritualísticas na prática religiosa de matriz africana no município de Ituiutaba, Minas Gerais, Brasil. Ethnoscientia, Altamira, v. 4, n. 1, p. 1-10, 2019.

ANDRADE-CETTO, A. Ethnobotanical study of the medicinal plants from Tlanchinol, Hidalgo, México. Journal of Ethnopharmacology, Pretoria, v. 122, p. 163-171, 2009.

ANDRADE, J. M.; MOSQUERA, H. L.; ARMIJOS, C. Ethnobotany of indigenous saraguros: medicinal plants used by community healers “hampiyachakkuna” in the San Lucas parish, Southern Ecuador. Biomed Research International, London, v. 2017, p. 1-20, 2017.

ARAÚJO, A. M. Cultura popular brasileira. São Paulo: Melhoramentos, 1973. 193 p.

BENARBA, B. Medicinal plants used by traditional healers from south-west Algeria: an ethnobotanical study. Journal of Intercultural Ethnopharmacology, Nashville, n. 4, p. 220-330, 2016.

BIESKI, I. G. C.; SANTOS, F. R.; OLIVEIRA, R. M.; ESPINOSA, M. M.; MACEDO, M.; ALBUQUERQUE, U. P.; MARTINS, D. T. O. Ethnopharmacology of medicinal plants of the pantanal region (Mato Grosso, Brazil). Evidence-based complementary and alternative medicine, v. 2012, p. 1-36, 2012.

BIESKI, I. G. C.; LEONTI, M.; ARNASON, J. T.; FERRIER, J.; RAPINSKI, M.; VIOLANTE, I. M. P.; BALOGUN, S. O.; PEREIRA, J. F. C. A.; FIGUEIREDO, R. C. F.; LOPES, C. R. A. S.; SILVA, D. R.; PACINI, A.; ALBUQUERQUE, U. P.; MARTINS, D. T. O. Ethnobotanical study of medicinal plants by population of valley of Juruena region, legal Amazon, Mato Grosso, Brazil. Journal of Ethnopharmacology, Pretoria, v. 173, p. 383-423, 2015.

BONI, V.; QUARESMA, S. J. Aprendendo a entrevistar: como fazer entrevistas em ciências sociais. Revista eletrônica dos pós-graduandos em sociologia política da UFSC, Florianópolis, v. 2, n. 1, p. 68-80, 2005.

BOTELHO, J. Apostila de estudo: umbanda - estudo básico. Rio de janeiro: TEDES – Tenda Espírita Divino Espírito Santo, 2009. 94 p.

CADENA-GONZÁLEZ, A. L.; SORENSEN, M.; THEILADE, J. Use and valuation of native and introduced medicinal plant species in campo hermoso and zetaquira, Boyacá, Colombia. Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine, Nashville, v. 9, n. 23, p. 1-14, 2013.

CAMARGO, A. Rituais com ervas: banhos, defumações e benzimentos. 4 ed., São Paulo: Livre Expressão, 2015. 216 p.

CAMARGO, M. T. L. A. Medicina popular. Rio de Janeiro: MEC/ Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro, 1976. 40 p.

CAMARGO, M. T. L. A. Plantas medicinais e de rituais afro-brasileiros I. São Paulo: Almed, 1988.

CAMARGO, M. T. L. A. AMANSA-SENHOR: a arma dos negros contra seus senhores. Revista Pós Ciências Sociais, São Luís, v. 4, n. 8, p. 31-42, 2007.

CAMARGO, M. T. L. A. As plantas medicinais e o sagrado: a etnofarmacobotânica em uma revisão historiográfica da medicina popular no Brasil. São Paulo: Ícone, 2014. 264 p.

CARLESSI, P. C. Dimensão e fluxo material das plantas em um terreiro de umbanda. Avá. Revista de Antropología, Misiones, n. 27, p. 47-62, 2015.

CIDADE BRASIL. Município de Cocal do Sul. Disponível em: https://www.cidade-brasil.com.br/municipio-cocal-do-sul.html Acesso em: 11 jul. 2018.

CITADINI-ZANETTE, V.; MARTINS, R. Identificação botânica: ênfase plantas medicinais. Caderno Técnico-Didático, ACPM: 7-23, 2011.

CORNARA, L.; ROCCA, A.; MARSILI, S.; MARIOTTI, M. G. Tradicional uses of plants in the eastern riviera (Liguria, Italy). Journal of Ethnopharmacology, Pretoria, v. 125, p. 16-30, 2009.

COSTA, S. Dois atlânticos: teoria social, antirracismo, cosmopolitismo. Belo Horizonte: UFMG, 2006. 267 p.

CUMINO, A. História da umbanda: uma religião brasileira. São Paulo: Madras, 2015. 400 p.

EDDOUKS, M.; AJEBLI, M.; HEBI, M. Ethnopharmacological survey of medicinal plants used in daraa-tafilalet region (Province of Errachidia), Morocco. Journal of Ethnopharmacology, Pretoria, v. 198, p. 516-530, 2017.

FAGUNDES, D. G. Cartilha do médium do Centro Espírita Umbandista Pai Tomé e Cabocla Indaiá da Cachoeira. Documento particular, 2015. 43 p.

GECK, M. S.; GARCÍA, A. J. R.; CASU, L.; LEONTI, M. Acculturation and ethnomedicine: a regional comparison of medicinal plant knowledge among the Zoque of Southern Mexico. Journal of Ethnopharmacology, Pretoria, v. 187, p. 146-159, 2016.

GOMES, H. H. S.; DANTAS, I. C.; CATÃO, M. H. C. V. Plantas medicinais: sua utilização em terreiros de Umbanda e Candomblé na zona leste da cidade de Campina Grande – PB. Revista Brasileira de Biologia e Farmácia, Campina Grande, v. 3, n. 1, p. 110-129, 2008.

JAMILA, F.; MOSTAFA, E. Ethnobotanical survey of medicinal plants used by people in oriental Morocco to manage various ailments. Journal of Ethnopharmacology, Pretoria, v. 154, p. 76-87, 2014.

KOSIC, J. V.; JURACAK, J.; LUCZAJ, L. Using Ellenberg-Pignatti values to estimate habitat preferences of wild food and medicinal plants: an example from Northeastern Istria (Croatia). Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine, Nashville, v. 113, n. 31, p. 1-19, 2017.

LAPLANTINE, F. Aprender antropologia. São Paulo: Editora Brasiliense, 1995. 206 p.

LEMOS, I. C. S.; DELMONDES, G. A.; SANTOS, A. D. F.; SANTOS, E. S.; OLIVEIRA, D. R.; FIGUEIREDO, P. R. L.; ALVES, D. A.; BARBOSA, R.; MENEZES, I. R. A.; COUTINHO, H. D. M.; KERNTOPF, M. R.; FERNANDES, G.P. Ethnobiological survey of plants and animals used for the treatment of acute respiratory infections in children of a traditional community in the municipality of Barbalha, Ceará, Brazil. African journal of traditional, complementary and alternative medicines, v. 13, n. 4, p. 166-175, 2016.

LÉVI-STRAUSS, C. A eficácia simbólica. In: LÉVI-STRAUSS, C. Antropologia estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1975. p. 215-236.

LIPORACCI, H. S. N.; SIMÃO, D. G. Levantamento etnobotânico de plantas medicinais nos quintais do bairro Novo Horizonte, Ituiutaba, MG. Revista brasileira de plantas medicinais, Campinas, v. 15, n. 4, p. 529-540, 2013.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas cultivadas. 2. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2008. 564 p.

MAIOLI-AZEVEDO, V.; FONSECA-KRUEL, V. S. Plantas medicinais e ritualísticas vendidas em feiras livres no município de Rio de Janeiro, RJ, Brasil: estudo de caso nas zonas norte e sul. Acta Botanica Brasilica, São Paulo, v. 2, n. 21, p. 263-275, 2007.

MATTOS, R. A. História e Cultura afro-brasileira-Brasileira. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2012. 224 p.

MIKOU, K.; RACHIQ, S.; OULIDI, A. J. Étude ethnobotanique des plantes médicinales et aromatiques utilizees dans la ville de Fès au Maroc. Phytothérapie, v. 14, n. 1, p. 35-43, 2016.

MONTERO, P. Umbanda: a doença e o corpo. Ciência & Cultura, Campinas, v. 31, n. 1, p. 25-31, 1979.

NEVES, J. M.; MATOS, C.; MOUTINHO, C.; QUEIROZ, G.; GOMES, R. L. Ethnopharmacological notes about ancient uses of medicinal plants in Trás-os-Montes (Northern of Portugal). Journal of Ethnopharmacology, Pretoria, v. 124, n. 2, p. 270-283, 2009.

OLIVEIRA, D. R.; KRETTLI, A. U.; AGUIAR, A. C. C.; LEITÃO, G. G.; VIEIRA, M. N.; MARTINS, K. S.; LEITÃO, S. G. Ethnopharmacological evaluation of medicinal plants used against malária by quilombola communities from oriximiná, Brazil. Journal of Ethnopharmacology, Pretoria, v. 173, p. 424-434, 2015.

OLIVEIRA, E. R.; MENINI NETO, L. Levantamento etnobotânico de plantas medicinais utilizadas pelos moradores do povoado de manejo, Lima Duarte – MG. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Campinas, v. 14, n. 2. p. 311-320, 2012.

PAZ, C. E.; LEMOS, I. C. S.; MONTEIRO, A. B.; DELMONDES, G. A.; FERNANDES, G. P.; COUTINHO, H. D. M.; FELIPE, C. F. B.; MENEZES, I. R. A.; KERNTOPF, M. R. Plantas medicinais no candomblé como elemento de resistência cultural e cuidado à saúde. Revista Cubana de Plantas Medicinales, Havana, v. 20, n. 1, p. 25-37, 2015.

PIERONI, A. Traditional uses of wild food plants, medicinal plants, and domestic remedies in Albanian, Romanian and Macedonian villages in south-eastern Albania. Journal of Herbal Medicine, v. 9, p. 81-90, 2017.

PRANDI, R. Referências sociais das religiões afro-brasileiras: sincretismo, branqueamento, africanização. Horizontes antropológicos, Porto Alegre, v. 4, n. 8, p. 151-167, 1998.

QUIROGA, R.; MENESES, L.; BUSSMANN, R. W. Medicinal ethnobotany in Huacareta (Chuquisaca, Bolivia). Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine, Nashville, v. 8, n. 29, p. 1-14, 2012.

RAINHO, D. Guia do umbandista. 2016. Disponível em: http://perdido.co/wp-content/uploads/2016/12/guia-do-umbandista.pdf. Acesso em: 05 nov. 2019.

RIBEIRO, D. A.; MACÊDO, D. G.; OLIVEIRA, L. G. S.; SARAIVA, M. E.; OLIVEIRA, S. F.; SOUZA, M. M. A.; MENEZES, I. R. A. Potencial terapêutico e uso de plantas medicinais em uma área de caatinga no estado do Ceará, nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Campinas, v. 16, n. 4, p. 912-930, 2014.

ROCHA, R.; MARISCO, G. Estudos etnobotânicos em comunidades indígenas no Brasil. Revista Fitos, Rio de Janeiro, v. 10, n. 2, p. 95-219, 2016.

SALES, V. A. 2017. Umbanda: preconceito e similaridades. 2017. 69 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Gestão de Projetos Culturais e Organização de Eventos) - Faculdade Cásper Líbero, Universidade de São Paulo, São Paulo.

SANTOS FILHO, L. História geral da medicina brasileira. São Paulo: HUCITEC/EDUSP, 1991. 436 p.

SCARPA, A.; GUERCI, A. Depigmenting procedures and drugs employed by melanoderm populations. Journal of Ethnopharmacology, Pretoria, v. 19, p. 17-66, 1987.

SILVA, V. G. Candomblé e umbanda: caminhos da devoção brasileira. São Paulo: Ática, 1994. 149 p.

TEIXIDOR-TONEU, I.; MARTIN, G. J.; OUHAMMOU, A.; PURI, R. K.; HAWKINS, J. A. An ethnomedicinal survey of a tashelhit-speaking community in the high atlas, Morocco. Journal of Ethnopharmacology, Pretoria, v. 188, p. 96-110, 2016.

TURNER, V. W. O processo ritual: estrutura e antiestrutura. Petrópolis: Vozes, 2013. 245 p.

VITALINI, S.; PURICELLI, C.; MIKEREZI, I.; IRITI, M. Plants, people and traditions: ethnobotanical survey in the lombard stelvio national park and neighbouring areas (Central Alps, Italy). Journal of Ethnopharmacology, Pretoria, v. 173, p. 435-458, 2015.

WALMIR JÚNIOR. Racismo religioso é o retrato da intolerância no Brasil. 2016. Disponível em: https://www.geledes.org.br/racismo-religioso-e-o-retrato-da-intolerancia-no-brasil/. Acesso em: 06 dez 2020.

WFO. World Flora Online. Disponível em: http://www.worldfloraonline.org. Acesso em: 05 dez 2020.

ZEGGWAGH, A. A.; LAHLOU, Y.; BOUSLIMAN, Y. Enquetesur les aspects toxicologiques the la phytoterapie utilisee par un herboriste à Fes, Maroc. Pan African Medical Journal, Kampala, v. 14, n. 125, p. 1-6, 2013.




DOI: http://dx.doi.org/10.18542/ethnoscientia.v6i3.10505

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2021 Ethnoscientia: Revista Brasileira de Etnobiologia e Etnoecologia

                    

ISSN 2448-1998