Nova Revista Amazônica

AS PIADAS QUE NÃO FAZEM SENTIDO

Marília Fernanda Pereira de Freitas

Resumo

As interpretações literais de expressões figuradas. O filme que passa na cabeça, performando, materializando as palavras abstratas. O parco filtro social (frequentemente inexistente). A necessidade de se monitorar constantemente, para não soar agressivo, frio ou grosseiro. A ansiedade que não cabe em um corpo de 1,56m de altura, que impele a movimentos repetitivos, esquisitíssimos aos olhos da sociedade. A facilidade e rapidez em realizar trabalhos repetitivos. O submergir em certos temas práticos, específicos e variados. A incompreensão de certos sentimentos alheios. Os risos fora de contexto. As deduções pretensamente óbvias e as soluções muito idiossincráticas para problemas empíricos. A dificuldade em transpor nas palavras o real (as palavras nunca parecem fiéis o suficiente). Os seres humanos que são sempre tão estranhos, complicam tudo exageradamente. Já os bichos, não abrigam dissimulação, são desambiguados, práticos, infinitamente melhores que nós (injustamente, cães são tidos como os melhores amigos. Particularmente, acho que os gatos é que são: não perturbam, são independentes emocionalmente, só nos procuram para pedir comida ou proteção). Os barulhos insuportáveis que ninguém nota (o som que os pássaros ou insetos fazem, ao baterem as asas é pavoroso). Os cheiros diferentes que ninguém sente. A visão aguçada daquilo que ninguém percebe. A restrição ao toque, à aproximação. As texturas irritantes, inconsumíveis...


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/nra.v10i2.13524

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