Nova Revista Amazônica

“EU ME ORGANIZANDO POSSO DESORGANIZAR”: MULHERES EM COLETIVO NA COMUNIDADE DO TAMATATEUA, POSSIBILIDADES DE TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA NA RESEX MARINHA CAETÉ-TAPERAÇU, BRAGANÇA-PA

Daniele de Sousa Silva, Roberta Sá Leitão Barboza, Abel Pojo Oliveira, Josinaldo Reis do Nascimento

Resumo

Esta pesquisa ocorreu de setembro de 2022 a novembro de 2023 junto às mulheres do coletivo feminino Mulheres Guerreiras da comunidade de Tamatateua, Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperaçu, localizada cerca de 18 km da cidade de Bragança/PA. O objetivo foi compreender a gênese do coletivo de mulheres dessa comunidade, seus resultados individuais e coletivos, bem como, de que modo elas têm ocupado os espaços políticos na comunidade e na Resex. Para isso, realizou-se observação participante e quatro mulheres do coletivo foram entrevistadas. Destaca-se que a primeira autora deste trabalho é moradora da comunidade e integrante do coletivo de mulheres estudado na presente pesquisa. Fundado em 2019, o coletivo configura-se como uma oportunidade para as mulheres terem sua atuação visível para além da rotina doméstica, estabelecendo/ampliando suas redes de apoio e parcerias com várias instituições. Ele tornou-se fundamental para contribuir com alternativas de geração de renda, melhorar a autoestima, aperfeiçoar as relações políticas e reforçar o sentimento de pertencimento à comunidade. O projeto Paneiro do Mangal, um dos frutos dessas parcerias, vem incentivando a ampliação da produção nos quintais, através de ações de aprimoramentos que vão desde técnicas de manejo de suas hortas à implantação de microssistemas agroflorestais, realizando intercâmbios e alicerçando a transição agroecológica dos “quintais produtivos”. Em última análise, esses processos são lentos, graduais e perpassam pelo fortalecimento interno e externo, individual e coletivo. As mulheres do coletivo vêm criando e estabelecendo relações de solidariedade, formas de autogestão coletiva e assim construindo relações diferentes com o mundo do trabalho e com o ambiente, calcadas em seus saberes e fazeres, a partir de práticas sustentáveis, passando a ser exemplo e apoio para mulheres de outras comunidades.


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/nra.v11i3.16424

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