Ensino de frações baseado no paradigma de equivalência de estímulos
Resumo
Alunos brasileiros do sexto ano do ensino fundamental frequentemente não são capazes de resolver problemas que requerem o conceito de proporção e frações equivalentes. O presente estudo verificou se o ensino de relações condicionais entre estímulos fracionários numéricos e pictóricos ensinaria o conceito de proporção. Dez alunos da quinta série, com dificuldade em solucionar problemas fracionários, aprenderam a escolher frações numéricas correspondentes aos modelos pictóricos ou numéricos equivalentes em tarefa apresentada no computador. Os numeradores dos estímulos de comparação foram os mesmos para cinco participantes (E1) e variaram para outros cinco (E2). Todos os participantes aprenderam as relações ensinadas e demonstraram relações de simetria e transitividade/equivalência: três classes de frações (1/3, 1/4 e 1/5) com três membros cada (duas frações numéricas e uma pictórica) foram formadas. Entretanto, a expansão das classes formadas não ocorreu para a maioria dos estudantes após ensino adicional de relações entre novas frações numéricas e as pictóricas originais 1/3, 1/4 e 1/5. Nos testes de operante generalizado com novas proporções avaliadas ao longo do estudo, os participantes mostraram escores acima de 50% de acertos. Avaliações gerais em forma de prova de múltipla escolha e aplicadas em sala de aula mostraram ganhos significativos para os sujeitos experimentais, mas não para participantes de controle (GC). Escores nas condições de ensino e de teste foram, em geral, mais altos para E1 do que para E2. O efeito facilitador do procedimento e da manutenção do numerador sobre o estabelecimento de classes de frações com três elementos, mas não na ampliação das classes, requer investigações adicionais. O presente estudo mostrou a utilidade de um método baseado no paradigma de equivalência para o ensino de um dos conceitos matemáticos que muitas crianças têm dificuldade de aprender.
Palavras-chave: controle de estímulos, equivalência de estímulos, aprendizagem de frações, controle condicional, conceito de proporção.
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/rebac.v5i1.706