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Prática de confecção de silagem no projeto de assentamento Belo Horizonte, São Domingos do Araguaia-Pará

Luis Moreira de Araujo Junior, Alzira Gabriela da Silva

Resumo

RESUMO: Nos estabelecimentos agrícolas da agricultura familiar, a produção leiteira desempenha importante papel na alimentação e na melhoria socioeconômica das famílias. Porém, os índices de produtividade do sistema são ineficientes devido, principalmente, ao manejo inadequado das pastagens. A confecção de silagem apresenta-se como uma alternativa viável, pois exige tecnologia simples para conservação mediante a fermentação. Os bancos forrageiros de leguminosas como o amendoim forrageiro (Arachis pintoi), feijão guandú (Cajanus cajan), puerária (Pueraria phaseoloides); leucena (Leucaena leucocephala) e cratylia (Cratylia argentea), associados com gramíneas como o milheto (Pennisetum glaucum) e o sorgo (Sorghum bicolor) apresentam qualidade nutricional superior ao das plantas forrageiras tradicionalmente utilizadas nos sistemas pecuários praticados na região e podem ser usadas na produção de silagem, visando suplementar a alimentação animal no período seco. Objetiva-se conduzir esse trabalho para difundir a prática de confecção de silagem, como alternativa sustentável, para posterior adoção na agricultura familiar paraense. Este trabalho será realizado no período compreendido entre o mês de março e dezembro de 2009 no Projeto de Assentamento (P.A.) Belo Horizonte que possui 70 famílias e está localizado no km 30 da BR-153, no município de São Domingos do Araguaia-PA. A abordagem para a difusão dessa prática no P.A. irá se basear nas metodologias de “grupos de aconselhamento técnico” e na construção de inovações em parcerias com agricultores. Para a confecção de silagem serão implantados dois módulos demonstrativos de bancos forrageiros que poderão ser de leguminosas ou gramíneas com as espécies citadas, sugeridas aos agricultores. O solo da área a ser implantado os módulos demonstrativos será preparado de forma convencional, sendo que o plantio será realizado em meados do mês de março em linhas (de 10 m de comprimento) espaçadas de 0,70 m entre linhas (gramíneas) e 0,40 m a 1 m entre-linhas (leguminosa), perfazendo uma área total de aproximadamente 200 m2. A adubação de cobertura será realizada 30 dias após a emergência, com 100 kg. ha-1 de N sob forma de sulfato de amônio. Nas épocas pré-determinadas após a semeadura, as plantas da área útil de cada módulo serão cortadas manualmente a altura de 5 cm do solo. O material colhido será picado em partículas entre 1,0 e 2,0 cm, com um desintegrador estacionário. Após a homogeneização do material picado, este será armazenado em silo de superfície, compactado e vedado com lona, em área perto do curral e preservado do contado de animais. Serão retirada de cada módulo um (01) kg de amostra, que será acondicionada em saco apropriado para realização de pré-secagem, em estufa de ventilação forçada a 65 °C por 72 horas. Transcorrido 45 dias, a silagem será fornecida aos animais. A avaliação da adoção da prática de confecção de silagem terá como base critérios agronômicos, econômicos e zootécnicos. Por outro lado, os próprios agricultores avaliarão as inovações, com critérios como mão de obra exigida. Espera-se conceber e testar, com a participação de agricultores, estudantes e técnicos, modelos de gestão sustentável da pecuária leiteira através da difusão da prática de confecção de silagem para posterior adoção na agricultura familiar.

 

PALAVRAS-CHAVE: Ensilagem, bovinocultura, agricultura familiar.

 


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/ragros.v1i1.1165

ISSN online 2318-0188