Uso da geoestatística no mapeamento de herbivoria em espécies nativas em área de recuperação florestal urbana no sudeste paraense
Resumo
A ação de herbívoros pode afetar o sucesso no estabelecimento de mudas, e através da silvicultura de precisão, torna-se possível mapear e identificar as relações espaciais ocorrentes. O objetivo do estudo foi avaliar a distribuição espacial dos ataques de herbívoros, capacidade de rebrota e mortalidade. A caracterização do padrão da variabilidade espacial das variáveis foi realizada por meio de análise geoestatística, e a dependência espacial obtida através de ajustes de semivariogramas. A subárea 5 apresentou maior ocorrência de herbivoria (55%), e o modelo de semivariograma que melhor se ajustou foi o exponencial, com dependência espacial forte (15,08%). Considerando as 5 subáreas, a espécie com maior incidência de herbivoria (79,49%) foi o ingá (Inga edulis), e a capacidade de rebrota das plantas foi de 1,44%. O ataque de herbívoros não afetou a taxa de sobrevivência das plantas, e a taxa de mortalidade por causas diversas foi de 5,76%.
Palavras-chave
Distribuição espacial; Semivariogramas; Reflorestamento
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ISSN online 2318-0188