Cabeçalho da página

USO MEDICINAL DE PLANTAS NO POVOADO MUQUILA, ARARI, MARANHÃO – UM ESTUDO ETNOBOTÂNICO

Joyce Gomes Falcão, Lucas Cardoso Marinho, Ilisandra Zanandrea

Resumo

Estudos sobre o uso de plantas medicinais pela população, apesar de importantes, ainda são insipientes em alguns estados brasileiros, especialmente no Maranhão, onde é comum a utilização de plantas medicinais para tratamento de enfermidades. Sendo assim, este trabalho propôs a análise dos conhecimentos etnobotânicos registrando os saberes populares no uso de plantas medicinais no povoado Muquila, zona rural do município de Arari, Maranhão, Brasil. As informações acerca da utilização de plantas medicinais pelos moradores foram obtidas por meio de entrevistas semiestruturadas, com a aplicação de questionários padronizados. As entrevistas foram realizadas com um participante de cada família, com idade igual ou superior a dezoito anos, e selecionados com base na disponibilidade para participação. Foram amostradas informações de 30 famílias residentes na comunidade. Nas entrevistas foram citadas 37 plantas medicinais, distribuídas em 33 gêneros e 25 famílias botânicas, sendo que 55,6% são plantas nativas. Quase a totalidade dos entrevistados (96,7%) faz uso de plantas medicinais. O conhecimento sobre a utilização e reconhecimento das plantas medicinais na comunidade é passado de geração em geração, e sua utilização é feita principalmente na forma de chá e, na maioria das vezes, apenas quando os moradores sentem algum desconforto.


Palavras-chave

Baixada Maranhense; chás; ervas; etnobotânica; plantas medicinais.


Texto completo:

PDF

Referências


ALBUQUERQUE, U. P. et al. Are ethnopharmacological surveys useful for the Discovery and development of drugs from medicinal plants? Brazilian Journal of Pharmacognosy, v. 24, n.2, p. 110-115, 2014.

ALMEIDA, C. F. C. B. R.; ALBUQUERQUE, U. P. Uso e conservação de plantas e animais medicinais no Estado de Pernambuco (Nordeste do Brasil): um estudo de caso. Interciência, v. 27, n. 26, p. 276-85, 2002.

ALMEIDA, C. F. C. B. R. et al. Medicinal plants popularly used in the Xingó region- a semi-arid location in north-eastern Brazil. Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine, v. 2, n. 1, p. 15-22, 2006.

AMARAL, F. M. M. et al. Avaliação da qualidade de drogas vegetais comercializadas em São Luís/Maranhão. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 13, n. suppl 1, p. 27-30, 2003.

BATTISTI, C. et al. Plantas medicinais utilizadas no município de Palmeira das Missões, RS, Brasil. Revista Brasileira de Biociências, v. 11, n. 3, p. 338-348, 2013.

CAJAIBA, R. L. et al. Levantamento etnobotânico de plantas medicinais comercializadas no município de Uruará, Pará, Brasil. Revista Biotemas, v. 29, n. 1, p. 115-131, 2016.

CARVALHO, J. S. B. et al. Uso popular das plantas medicinais na comunidade da Várzea, Garanhuns-PE. Revista de Biologia e Ciências da Terra, v. 13, n. 2, p. 58-65, 2013.

CARNIELLO, M. A. et al. Quintais urbanos de Mirassol D'Oeste-MT, Brasil: uma abordagem etnobotânica. Acta Amazonica, v. 40, n. 3, p. 451-470, 2010.

CASTELLUCCI, S. et al. Plantas medicinais relatadas pela comunidade residente na Estação Ecológica de Jataí, município de Luís Antonio - SP; uma abordagem etnobotânica. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 3, n. 1, p. 51-60, 2000.

CHANG, C. -T. et al. Star fruit (Averrhoa carambola) intoxication: an important cause of consciousness disturbance in patients with renal failure. Renal Failure, v. 24, n. 3, p. 379-382, 2002.

COSTA, J. C.; MARINHO, M. G. V. Etnobotânica de plantas medicinais em duas comunidades do município de Picuí, Paraíba, Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 18, n. 1, p. 125-134, 2016.

CURY, G.; TOMAZELLO-FILHO, M. Caracterização e descrição da estrutura anatômica do lenho de seis espécies arbóreas com potencial medicinal. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 13, n. 3, p. 311-318, 2011.

CUNHA, H. W. A. P.; DA SILVA, A. C. Caracterização sócio-ambiental do Rio Mearim na cidade de Arari-MA. Ecossistema, v. 27, n. 2, 2002.

DA SILVA, R. H. et al. Etnobotânica como subsídio para conservação das espécies vegetais utilizadas no Rio Piranhas, São Bento, Paraíba. Scientia Plena, v. 11, n. 12, 2015.

DA SILVA, L. et al. Estudo etnobotânico e etnofarmacológico de plantas medicinais utilizadas na região de Matinhos-PR. Ciência e Natura, v. 37, n. 2, p. 266-276, 2015.

DUTRA, M. G. Plantas medicinais, fitoterápicos e saúde pública: um diagnóstico situacional em Anápolis, Goiás. Dissertação (Mestrado Multidisciplinar em Sociedade, Tecnologia e Meio Ambiente) Centro Universitário de Anápolis UniEvangélica, Anápolis, p. 112, 2009.

FALCÃO, J. G. et al. Primeiro registro do uso medicinal do gênero Cleoserrata (Cleomaceae). Sitientibus série Ciências Biológicas, v. 20, p.1-3, 2020.

FLORA DO BRASIL 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: < http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ >. Acesso em: 11 maio 2021.

FRANÇA, S. X. et al. Medicina popular: benefícios e malefícios das plantas medicinais. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 61, n. 2, p. 201-208, 2008.

FREITAS, A. V. L. et al. Plantas medicinais: um estudo etnobotânico nos quintais do Sítio Cruz, São Miguel, Rio Grande do Norte, Brasil. Revista Brasileira de Biociências, v. 10, n. 1, p. 48, 2012.

LIMA, E. Levantamento etnobotânico em área de cerrado: resgatando conhecimentos populares acerca do uso das plantas medicinais no município de Chapadinha, Maranhão, Brasil. Monografia (Graduação em ciências biológicas) - Universidade Federal do Maranhão, Chapadinha, 2016.

LINHARES, J. F. P. et al. Etnobotânica das principais plantas medicinais comercializadas em feiras e mercados de São Luís, Estado do Maranhão, Brasil. Revista Pan-Amazônica de Saúde, v. 5, n. 3, p. 8-8, 2014.

LÖBLER, L. et al. Levantamento etnobotânico de plantas medicinais no bairro Três de Outubro, da cidade de São Gabriel, RS, Brasil. Revista Brasileira de Biociências, v. 12, n. 2, p. 81, 2014.

MENGUE, S. S. et al. Uso de plantas medicinais na gravidez. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 11, n. 1, p. 21-35, 2001.

MONTELES, R.; PINHEIRO, C. U. B. Plantas medicinais em um quilombo maranhense: uma perspectiva etnobotânica. Revista de Biologia e Ciências da Terra. v. 7, n. 2, p. 38-48. 2007.

MOREIRA, R.C.T. et al. Abordagem etnobotânica acerca do uso de plantas medicinais na Vila Cachoeira, Ilhéus, Bahia, Brasil. Acta Farmacéutica Bonaerense, v. 21, n. 3, p. 205-211, 2002.

MORI, S. A. et al. Manual de manejo do herbário fanerogâmico. 2° Edição. Ilhéus: Centro de Pesquisas do Cacau, 1989. 44 p.

OLIVEIRA, F.; AKISUE, G. Fundamentos de farmacobotânica. 2.ed. São Paulo: Atheneu. 178p. 1997.

OLIVEIRA, T. L. Utilização de plantas medicinais por idosos em três bairros do Município de Conceição do Almeida-BA. Journal of Biology & Pharmacy and Agricultural Management, v. 14, n. 2, 2018.

PASA, M. C. Saber local e medicina popular: a etnobotânica em Cuiabá, Mato Grosso, Brasil. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, v. 1, n. 1, p. 179-196, 2011.

PEREIRA, C. O. et al. Abordagem etnobotânica de plantas medicinais utilizadas em dermatologia na cidade de João Pessoa-Paraíba, Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 7, n. 3, p. 9-17, 2005.

RICHARDSON, R. J. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

SCHARDONG, R. M. F.; CERVI, A. C. Estudos etnobotânicos das plantas de uso medicinal e místico na comunidade de São Benedito, Bairro São Francisco, Campo Grande, MS, Brasil. Acta Biológica Paranaense, v. 29, p. 187-217, 2000.

RUZZA, D. A. C. et al. Levantamento etnobotânico no município de Alta Floresta, Mato Grosso, Brasil. 2014.

SANTOS, L. S. N. S. et al. O Saber etnobotânico sobre plantas medicinais na comunidade da Brenha, Redenção, CE. Ararian Academy, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.5, n.9, p. 2018.

SANTOS, J. F. L. et al. Uso popular de plantas medicinais na comunidade rural da Vargem Grande, Município de Natividade da Serra, SP. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.10, n.3, p.67-81, 2008.

SAUSEN, T. M. Caracterização da ação antrópica num trecho do médio-baixo Vale do Rio Mearim (MA) através de imagens Landsat-TM. São José dos Campos-SP: INPE. 56p. 1990.

SILVA, M. P. L. et al. Levantamento Etnobotânico e Etnofarmacológico de plantas medicinais em comunidades rurais de Amargosa e Mutuípe – BA. Magistra, Cruz das Almas - BA, v. 22, n.1, p.08 -13, 2010.

SIMÕES, C. M. O. et al. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 6. ed. Porto Alegre: UFRGS, 2007.

SOARES, F. P. et al. Estudo etnofarmacológico e etnobotânico de Himatanthus drasticus (Mart.) Plumel (janaguba). Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 17, n. 4, p. 900-908, 2015.

STRACHULSKI, J.; FLORIANI, N. Conhecimento popular sobre plantas: um estudo etnobotânico na comunidade rural de Linha Criciumal, em Cândido de Abreu - PR. Revista Geografar, v.8, n.1, p.125-153, 2013.

STERN, M. Conheça a Fitoterapia. 2013. Disponível em: . Acesso em: 15/05/2018.

VANELLI C. P. et al. Carambola (Averrhoa carambola): sua neurotoxicidade e abordagens terapêuticas. HU Revista, v. 40, n. 3 e 4, p. 129-133, 2014.

VÁSQUEZ, S. F. et al. Etnobotânica de plantas medicinais em comunidades ribeirinhas do Município de Manacapuru, Amazonas, Brasil. Acta Amazonica, v. 44, n. 4, p. 457-472, 2014.

VERDAM, M. C. S.; DA SILVA, C. B. O estudo de plantas medicinais e a correta identificação botânica. Visão Acadêmica, v.11, n.1, p.7-13, 2010.




DOI: http://dx.doi.org/10.18542/ethnoscientia.v7i1.11258

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2022 Ethnoscientia - Brazilian Journal of Ethnobiology and Ethnoecology

                    

ISSN 2448-1998