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Sobre currículos e saberes: os discursos que fabricam professores de Biologia

Sandra Nazaré Dias Bastos, Silvia Nogueira Chaves

Resumo

O objetivo desse trabalho é problematizar como processos discursivos engendram modos de ser professor de Biologia. Nesse caminho, nossa atenção voltou-se para as práticas discursivas e não discursivas que veiculadas e institucionalizadas no currículo do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Campus de Bragança produzem o sujeito docente de Biologia. Tomamos como corpus empírico o Catálogo de Graduação e Pós Graduação do Centro de Ciências Biológicas da UFPA, documento que reúne planos de curso do currículo que vigorou entre 1997 e 2004. Nossas análises mostram um currículo basicamente voltado para a área da saúde, mesmo que se destinasse à formação de professores. A onipresença de conteúdos do campo da Medicina silenciam componentes da formação que se destinam à preparação para a docência, produzindo um campo de visão que enuncia a docência como efeito colateral da presumida boa formação “científica”. Os efeitos dessas práticas reverberam na formação de um profissional que deseja e valoriza conhecimentos específicos menorizando os demais saberes, especialmente os do campo pedagógico. Essa hierarquização fabrica um profissional professor desejoso de viver o lado “glamouroso” da Biologia, relacionado à realização de pesquisas em áreas específicas como Genética e Ecologia, em alternativa à vida “monótona” da sala de aula


Palavras-chave

Currículo; Educação em Ciências; Formação de Professores; Subjetividade


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/amazrecm.v14i32.4885

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