DOUGLAS CHARLES DALY, DO JARDIM BOTÂNICO DE NOVA YORK, UM ETNOBOTÂNICO GRINGO ENTUSIASMADO PELA AMAZÔNIA BRASILEIRA
Resumo
Em um pequeno cartaz do tamanho de uma folha de papel sulfite, escrito com pincel atômico em letras grandes, estava sendo anunciada uma reunião para interessados em participar de projetos na Amazônia acreana. Aconteceu no 42º Congresso de Botânica do Brasil, realizado em 1991, em Goiânia, Goiás. Num ambiente acadêmico botânico, um anúncio desse tipo atrairia um sem fim de pessoas interessadas, desde estudantes até profissionais. Mas, surpresa, no dia e horário marcado para essa reunião, havia apenas três pessoas, aliás, essas, que vieram por causa do assunto, e mais duas pessoas, as organizadoras do evento, que não era oficial do congresso, mas que aproveitou a oportunidade.
As três primeiras eram estudantes de pós-graduação na área, em busca de alternativas para aprofundamento dos estudos e oportunidades. As outras duas eram Nívea Maria de Paula Fernandes (in memoriam), professora da Universidade Federal do Acre, em Rio Branco, e Douglas Charles Daly, do Jardim Botânico de Nova York.
Assim, houve o contato inicial do primeiro autor com esse americano filho de irlandeses. Na reunião, foram explicados os objetivos e os procedimentos do projeto que o Jardim Botânico de Nova York e a Universidade Federal do Acre estavam realizando em parceria. Haveria possibilidade de financiamento para projetos naquele Estado. Após submetidos, meses depois todos foram aprovados pelas duas instituições.
Esses não foram os primeiros e nem os últimos projetos apoiados pelo Jardim Botânico de Nova York e nem os ex-estudantes de pós-graduação brasileiros que tiveram a chance de, depois, passar uma temporada, um estágio ou mesmo um doutorado ou pós-doutorado naquela importante instituição de pesquisa americana.
A segunda autora, teve o primeiro encontro com o Douglas 10 anos depois, em 2001, quando era bolsista de graduação do Herbário da UFAC tendo participado de uma excursão de 10 dias no Rio Purus e Chandless no projeto coordenado por ele, chamado “Mobilizando Taxonomistas ao Acre”. A partir daquele momento começava uma parceria entre um gringo, um paulista e uma amazônida. A primeira visita oficial ao NYBG foi como estudante, no doutorado sanduíche, sendo orientada pelo primeiro autor e supervisionada por Douglas Daly. Em 2022, já como professora e curadora do herbário da Universidade Federal do Acre, reforçou essa parceria.
Além da experiência no NYBG outras pessoas tiveram a oportunidade de ter um convívio de pesquisa com ele no Brasil, nas várias vindas do Douglas até aqui, em particular, na Amazônia.
Um pouco de sua história, seus pensamentos, sua trajetória profissional e experiências no Brasil é contada nesta entrevista realizada com ele, em sua sala/laboratório/biblioteca dentro do imponente prédio em estilo neoclássico daquele jardim botânico, localizado no Bronx.
Palavras-chave
Jardim Botânico de Nova York, etnobotânica, sistemática
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PDFDOI: http://dx.doi.org/10.18542/ethnoscientia.v9i2.17270
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