O ensino de Ciências com base no conhecimento tradicional sobre plantas medicinais
Resumo
O presente estudo parte da premissa de que alguns aspectos da cultura vêm se perdendo entre muitos estudantes indígenas, como, por exemplo, os conhecimentos que são passados de geração em geração. Em relação a valorização dos conhecimentos tradicionais e à importância de serem trazidos para as salas de aula, realizou-se uma pesquisa com 49 estudantes indígenas das séries finais do Ensino Fundamental, sobre os saberes envolvendo plantas medicinais. A partir dos resultados da pesquisa foram elencadas seis plantas medicinais, a saber: bananeira, laranjeira, pinheiro-do-paraná, camomila, calêndula e citronela e apresentamos neste artigo as possibilidades de abordagens de conceitos/conteúdos de Ciências, à luz da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), no sentido de apresentar quais seriam as unidades temáticas, os objetos do conhecimento e as habilidades vinculadas a cada uma das plantas medicinais especificadas.
Palavras-chave
BNCC; estudantes indígenas; ensino fundamental
Texto completo:
PDFReferências
BAPTISTA, Geilsa C. S. Importância da demarcação de saberes no ensino de ciências para as sociedades tradicionais. Ciência & Educação, v.16, n. 3, p. 679-694, 2010.
BASTOS, Sandra N. D. Etnociências na sala de aula: uma possibilidade para aprendizagem significativa. In: XI Congresso nacional de educação. Educere. Curitiba: PUC. 2013. Anais.
BENTO, Armandio K. Kujá e suas ervas medicinais. Trabalho de conclusão de curso. Universidade Federal de Santa Catarina, Trindade, SC, 2015.
BRASIL. Decreto nº 6.040, de 7 de Fevereiro de 2007. Institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Educação é a base. Ministério da Educação. Brasília: MEC, 2017.
CHASSOT, Áttico I. Alfabetização científica: questões e desafios para a educação. 2. ed. Ijuí: Ed. Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, 2001. 438 p. (Educação em química).
CHASSOT, Áttico I. Alfabetização Científica: uma possibilidade para a inclusão social. Revista Brasileira de Educação. n. 22, p. 89-100, 2003.
CHASSOT, Áttico I. Fazendo Educação em Ciências em um Curso de Pedagogia com Inclusão de Saberes Populares no Currículo. Química Nova na Escola. n. 27, fev. 2008.
COSTA, Ronaldo G. de A. Os Saberes Populares da Etnociência no Ensino das Ciências Naturais: uma proposta didática para aprendizagem significativa. Revista Didática Sistêmica, v. 8. jul./dez. 2008.
DIAS, Braulio F. S. (Org.). A Convenção sobre Diversidade Biológica – CDB. Ministério do Meio Ambiente – MMA. Brasília – DF. 2000.
DIEGUES, Antônio C.; ARRUDA, Rinaldo S. V.; SILVA, Viviane C. F. da; FIGOLS, Francisca A. B.; ANDRADE, Daniela. Biodiversidade e Comunidades Tradicionais no Brasil. São Paulo: USP, 1999.
EMILIANO, Darci. Revitalização dos Saberes e Práticas Kaingang sobre as Plantas Tradicionais como proposta de Educação Ambiental na Terra Indígena Ligeiro. 2015. Dissertação (Mestrado em Educação Ambiental) - Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental – PPGEA, Universidade Federal do Rio Grande – FURG, Rio Grande. 2015.
FIGARO, Anajara K. O Ensino de Química e Seminário Integrado: valorizando a pesquisa do estudante a respeito dos saberes populares das plantas medicinais. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências) – Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ensino de Ciências, Universidade Federal do Pampa, Bagé. 2015.
FONSECA, João J. S. da. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UECE, 2002. Apostila.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1987.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997. 245 p.
GONDIM, Maria S. da C.; MÓL, Gerson de S. Interlocução entre os saberes: relações entre os saberes populares de artesãs do triângulo mineiro e o ensino de ciências. In: Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências, 7, 2009, Florianópolis. Anais.
KOVALSKI, Mara L.; OBARA, Ana T. O Estudo da Etnobotânica das Plantas Medicinais na Escola. Ciênc. Educ., Bauru, v. 19, n. 4, p. 911-927, 2013.
LOPES, Alice R. C. Reflexões sobre currículo: as relações entre senso comum, saber popular e saber escolar. Em Aberto, Brasília, n. 58, p. 14-23, abr./jun. 1993.
MEDEIROS, Edilmari T. de O. A Importância da Aprendizagem das Plantas Medicinais no Ensino da Botânica. Os desafios da Escola Pública Paranaense na Perspectiva do Professor PDE. Universidade Estadual do Centro Oeste – Unicentro. Pato Branco – PR, 2013. v. 1.
MENDES, Ivania. O uso das Ervas Medicinais na atualidade Kaingang da Terra Indígena Xapecó, Santa Catarina, Brasil. Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a conclusão do Curso de Graduação em Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica. Florianópolis - SC. Fevereiro, 2015.
MINAYO, Maria C. de S.a; DESLANDES, Suely F.; GOMES, Romeu. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 31. ed. Petrópolis: Vozes, 2012. 108 p.
PERRELLI, Maria A. de S. “Conhecimento Tradicional” e currículo multicultural: notas com base em uma experiência com estudantes indígenas kaiowá/guarani. Ciência & Educação, v. 14, n. 3, p. 381-96, 2008.
RCNEI. Referencial curricular nacional para as escolas indígenas. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.
RIGDEN, Luciane V. de M.; CAVALCANTI, Taciana B.; WALTER, Bruno M. T. A conservação e a utilização de recursos genéticos vegetais. In: BENSUSAN, Nurit (org.). Seria melhor mandar ladrilhar? Biodiversidade: como, para que e por quê. 2. ed. São Paulo: Peirópolis; Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2008. 428 p.
SANTILLI, Juliana. A biodiversidade e os povos tradicionais. In: BENSUSAN, Nurit (org.). Seria melhor mandar ladrilhar? Biodiversidade: como, para que e por quê. 2. ed. São Paulo: Petrópolis; Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2008. 428 p.
VENQUIARUTO, Luciana D.; DALLAGO, Rogério M.; VANZETO, Jenifer; DEL PINO, José Claudio. Saberes Populares Fazendo-se Saberes Escolares: Um Estudo Envolvendo a Produção Artesanal do Pão. Química e Sociedade. Química Nova na Escola, v. 33, n. 3, 2011.
XAVIER, Patrícia M. A.; FLÔR, Cristhiane C. C. Saberes Populares e Educação Científica: um olhar a partir da literatura na área de ensino de ciências. Revista Ensaio. Belo Horizonte. v. 17, n. 2, p. 308-328, 2015.
DOI: http://dx.doi.org/10.18542/amazrecm.v17i39.11438
Direitos autorais 2021 Amazônia: Revista de Educação em Ciências e Matemáticas
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.