Ética comunitária no processo formativo de professores que ensinam matemática: um movimento contínuo e inacabado

Resumo

Neste artigo, temos o objetivo de caracterizar a ética comunitária emergente em um processo formativo com professores que ensinam Matemática. Como fundamentação teórico-metodológica, tomamos o conceito de ética comunitária, proposto na Teoria da Objetivação, assim como a concepção de labor conjunto, ampliada para o formato remoto e para a formação continuada de professores. A produção dos dados ocorreu a partir da videogravação dos encontros de uma pesquisa-formação na modalidade on-line. Para a análise dos dados, observamos, enfaticamente, o primeiro e o último encontro das interações entre um pesquisador-formador e um grupo de professoras dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Dentre os resultados, constatamos que os pressupostos metodológicos do labor conjunto (remoto) contribuíram para a emergência dos três elementos caracterizadores da ética comunitária (responsabilidade, compromisso e cuidado com o outro) nas relações entre os participantes da formação. Em suma, defendemos que processos formativos, sejam ou não presenciais, com foco no eixo das formas de colaboração humana e alicerçados pela ética comunitária, como a pesquisa-formação em cena, podem favorecer o surgimento de novas subjetividades do ser professora e professor, que produz saberes não alienantes e se enxerga em suas produções, em um movimento contínuo e inacabado.