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“A disciplina de Ciências é interessante, mas não é a minha preferida”: um paradoxo entre estudantes brasileiros

Kauana Gehrke Tonin, Luiz Caldeira Brant de Tolentino-Neto, Daniel Morin Ocampo

Resumo

Os jovens brasileiros dizem-se interessados na disciplina Ciências, mas preferem outras matérias. Este artigo analisa três grupos de jovens brasileiros que se distribuem dentro da preferência pela disciplina, (Prioridades Específicas, Outras Prioridades; Baixa Prioridade). Objetivamos compreender semelhanças e diferenças entre esses grupos em relação ao interesse em aprender tópicos em Ciência e tecnologia, as suas percepções das aulas de Ciências e suas experiências extraescolares. Os dados utilizados pertencem à amostra nacional do questionário ROSE Brasil, que coleta opiniões, interesses e atitudes dos jovens frente à Ciência e à tecnologia. Essa é uma pesquisa de base e por se tratar de um grande volume de dados, utilizaremos abordagem quantitativa, por meio de análise estatística. Destacamos que o grupo Prioridades Específicas tem alto interesse em aprender tópicos de Ciências, possui visão positiva de suas aulas e realiza com mais frequência atividades extraescolares relacionadas à Ciências. O grupo Baixa Prioridade possui comportamento oposto ao do grupo anterior. Por fim, o grupo Outras Prioridades possui tópicos de interesse em Ciências e atividades extraescolares que se destacam, como o interesse por temas ligados à saúde e o uso de tecnologias, os quais podem ser utilizados como fonte para motivar esses jovens frente às suas aulas de Ciências.


Palavras-chave

ROSE Brasil; Ensino de Ciências; Preferência pela disciplina Ciências; Avaliação em larga escala.


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DOI: http://dx.doi.org/10.18542/amazrecm.v18i40.11987

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