As diferentes tipologias que descrevem o interesse dos jovens brasileiros pelas ciências
Resumo
Conhecer os interesses dos estudantes é parte fundamental para facilitar o processo de ensino aprendizagem. Nesse sentido, surgem as investigações que se propõem a compreender como os jovens pensam e se posicionam frente às ciências e tecnologia. Uma destas iniciativas é o projeto Barômetro Brasil, um questionário composto por 96 questões, na escala de Likert de 4 pontos, que investiga, entre outras coisas, o interesse dos jovens frente às ciências e tecnologia. No presente estudo, utilizamos os dados produzidos com a aplicação do Barômetro Brasil, no ano de 2014, oportunidade onde esse instrumento foi aplicado a 2404 estudantes, na faixa dos 15 anos, sendo essa uma amostra representativa da população dos jovens brasileiros, nessa faixa etária. Utilizando o método k-means, para análise de clusters, encontramos 4 tipologias para os estudantes brasileiros: Relutantes, Entusiastas, Indecisos Seletivos, Indecisos Não Seletivos. Além disso, observamos o interesse de cada tipologia em relação a seis temas distintos: Saúde; Mistérios; Inovações Científicas; Agricultura; Ciência e Cientistas; Tecnologia. Esses temas foram determinados utilizando a análise de clusters pelo método hierárquico. A partir deste estudo, concluímos que os temas Mistérios e Inovações Científicas são os que apresentam maior potencial para fomentar a motivação intrínseca dos estudantes, uma vez que são os temas que manifestam interesse acima da média, em todas as quatro tipologias.
Palavras-chave
interesse em ciências; motivação intriseca; tipologia de estudantes; Barômetro Brasil
Texto completo:
PDFReferências
AMESTOY, M, B. Articulação entre os interesses dos alunos e livros didáticos: A voz do estudante na construção curricular de ciências. 2015. 82 f. Dissertação (Mestrado) – Centro de Ciências Naturais e Exatas, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria. 2015.
ANDERSON, I. K. The Relevance of Science Education: As seen by Pupils in Ghanaian Junior Secondary Schools. 2006. 376f. Tese (Doutorado) – Department of Mathematics and Science Education, University of the Western Cape, Western Cape. 2006. Disponível em http://etd.uwc.ac.za/xmlui/handle/11394/1814/ acessado em 04 de maio de 2020.
ARAÚJO, Maurício dos Santos; LIMA, Michelle Mara de Oliveira. O uso de plantas medicinais para fins terapêuticos: os conhecimentos etnobotânicos de alunos de escolas pública e privada em Floriano, Piauí, Brasil. Amazônia: Revista de Educação em Ciências e Matemáticas, [S.l.], v. 15, n. 33, p. 235-250, jun. 2019.
CHANG, S., YEUNG, Y., CHENG, M. H. Ninth Graders’ Learning Interests, Life Experiences and Attitudes Towards Science & Technology. Journal of science education and technology, 18 (5), 447 – 457. 2009.
CORRAR, L. J., et. al. Análise Multivariada. 1 ed. São Paulo, SP: Atlas. 2012.
DECI, E. L., KOESTNER, R., RYAN, R. M. Extrinsic Rewards and Intrinsic Motivation in Education: Reconsidered Once Again. Review of Educational Research, 71 (1), 1-27. 2001.
HAGAY, G. A. Strategy for Incorporating Students’ Interests into the High-School Science Classroom. Journal of Research in Science Teaching. 52 (7), 949 – 978. 2015.
HAIR, J. F., et. al. Análise Multivariada de Dados. Tradução de Adonai Schlup Sant’Ana. 6. Ed. Porto Alegre, RS: Bookman. 2009.
JIDESJÖ, A.; OSCARSSON, M.; KARLSSON, K. G. Science for all or science for some: What Swedish students want to learn about in secondary science and technology and their opinions on science lessons. NorDiNa, 5(2), 213-229. 2009.
LAVONEN, J., BYMAN, R., UITTO, A., JUUTI, K., MEISALO, V. Students’ Interest and Experiences in Physics and Chemistry related Themes: Reflections based on a ROSE-survey in Finland. Themes in Science and Technology Education 1 (1). 7-36. 2008.
MARTINELLI, S. C., BARTHOLOMEU, D. Escala de Motivação Acadêmica: Uma Medida de Motivação Extrínseca e Intrínseca. Avaliação Psicológica, 6 (1). 21-31. 2007.
OCAMPO, D. M., et al. Diferentes Perfis de Estudantes Brasileiros Frente aos Desafios Ambientais: Resultados de uma Pesquisa de Larga Escala. Educação Ambiental em Ação, v. 65, n. 7. 2018.
OCAMPO, D. M., TOLENTINO-NETO, L. C, B. Cluster Analysis for Data Processing in Educational. Acta Scientiae, v. 21, n. 4. 2019.
OGAWA, M., SHIMODE, S. Three distinctive groups among japanese students in terms of their school science preference: from preliminary analysis of japanese data of an international survey 'the relevance of science education' (ROSE). Journal of Science Education in Japan, 28 (4). 1-11. 2004.
PINAFO, J. O que os jovens têm a dizer sobre ciências e tecnologia? Opiniões, interesses e atitudes de estudantes em dois países: Brasil e Itália. 2016. 465 f. Tese (Doutorado) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo. 2016.
POZO, J. I., CRESPO, M. A. G. A aprendizagem e o ensino de ciências: do conhecimento cotidiano ao conhecimento científico. 5ed. Porto Alegre, RS: Artmed. 2009.
RAVITCH, D. Vida e morte do grande Sistema escolar Americano: Como testes padronizados e o modelo de Mercado ameaçam a educação. Trad. de Marcelo Duarte. Porto Alegre: Sulina. 2011.
SANTOS-GOUW, A. M. As opiniões, interesses e atitudes dos jovens brasileiros frente à ciência: uma avaliação em âmbito nacional. 2013. 142 f. Tese (Doutorado) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo. 2013.
SCHREINER, C. Exploring a ROSE-Garden: Noewegian youth’s orientations towards science – see an signs of late modern identities. 2006. 315 pg. Tese (Doutorado) –Faculty of Education, University of Oslo. 2013.
SJØBERG, S. Science And Scientists: The SAS-study. Acta Didactica 1/2000, v. 1, p. 75. 2000.
SWIRSKI, H., BARAM-TSABARI, A. Bring the Gap between the Science Curriculum and Students’ Questions: Comparing Linear vc. Hypermedia Online Learning Environments. Interdisciplinary Journal of E-Learning and Learning Objects. 10(1), 153 – 175. 2015. Disponível em https://www.openu.ac.il/lists/mediaserver_documents/IJELLOv10p153-175Swirski0898.pdf Acessado em 04 de maio de 2020.
TOLENTINO-NETO, L. C.B. Os interesses e posturas dos alunos frente às ciências: resultados do Projeto ROSE aplicado no Brasil. 170 f. Tese (Doutorado). Faculdade de Educação. Universidade de São Paulo. São Paulo, 2008.
VÁZQUEZ, Á.; MANASSERO, M. A. La relevância de la educación científica: actitudes y valores de los estudiantes relacionados com la ciência y la tecnologia. Enseñanza de las Ciencias, 27 (1), 33-48. 2009.
DOI: http://dx.doi.org/10.18542/amazrecm.v16i37.8660
Direitos autorais 2020 Amazônia: Revista de Educação em Ciências e Matemáticas
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.